Pobres: os mais vulneráveis para contrair HIV-SIDA
(9/2/2008) Um estudo da organização não governamental britânica OXFAM revelou que
em Angola os comerciantes informais, sobretudo as mulheres, são os mais vulneráveis
na contracção do HIV-SIDA. A vendedeira ambulante é em muitos casos mãe solteira
que tem à sua guarda um número reduzido ou elevado de filhos. Abraça a actividade
comercial e para a sustentar necessita de adquirir produtos na cidade para depois
os vender em lugares rurais. A actividade de revenda leva o seu tempo, precisando
ela de se hospedar em albergues ou pequenos quartos estando exposta a tudo. O estudo
feito nas províncias de Benguela e Moxico abordou camionistas, jovens e mulheres comerciantes
tidos como grupos mais propensos para as actividades de risco, facilitando a propagação
do vírus do VIH. Entrevistado pela Ecclesia, o Presidente da organização Acção
Humana, Pombal Maria, não tem dúvidas que a extrema pobreza das populações está associada
a proliferação do HIV. “São os grupos mais vulneráveis e estão descritos no plano
estratégico onde estão as trabalhadores de sexo, os camionistas, os jovens fora do
sistema escolar e as meninas. O estudo faz alusão ao corredor do Lobito e atendendo
ao contexto daquela zona a circulação já é acentuada.” O responsável daquela organização
de luta contra a pandemia sugere que este grupo vulnerável e a sua situação “exige
das autoridades, da sociedade civil e sobretudo do sector privado, que tem dado uma
contribuição ainda insignificante, um maior esforço para que as populações corram
um menor risco de infecção ao contrário do que tem estado a acontecer na região”,
disse. Deste modo apela às empresas diamantíferas, petrolíferas e outras “que tendo
lucros famosos não têm prestado apoio suficiente às comunidades para que elas possam
superar aquilo que é a grande miséria no país”. Como resposta ao problema a organização
não governamental britânica OXFAM defende a criação de programas de geração de rendimentos
no seio das famílias que passa pela ampliação das actividades de micro-créditos concorrendo
para a melhoria das suas condições de vida. A pesquisa enquadra-se num projecto
de luta contra a Sida a ser implementado nas quatros províncias que estão ligadas
pelo Caminho de Ferro de Benguela(CFB) num financiamento da União Europeia, orçado
em mais de 3 milhões de Euros.