2008-02-09 18:46:06

BENTO XVI RECEBE PARTICIPANTES DO CONGRESSO PELOS 20 ANOS DA MULIERIS DIGNITATEM


Cidade do Vaticano, 09 fev (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, na manhã deste sábado, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes do simpósio internacional intitulado "Mulher e homem, o humanum na sua inteireza".

Tal encontro foi promovido pelo Pontifício Conselho para os Leigos por ocasião do 20° aniversário de publicação da carta apostólica "Mulieris Dignitatem", de João Paulo II, sobre a dignidade e a vocação da mulher.

Bento XVI saudou o presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko, e disse aos participantes do simpósio que "Deus confia ao homem e à mulher, segundo as próprias peculiaridades, uma específica vocação e missão na Igreja, e no mundo".

O Santo Padre sublinhou que a relação entre o homem e a mulher é o ponto central da questão antropológica, decisiva na cultura hodierna.

"Quando o homem e a mulher pretendem ser autônomos e totalmente auto-suficientes, correm o risco de permanecer presos numa auto-realização que considera como "conquista de liberdade" a superação de todo vínculo natural, social e religioso, mas que, de fato, os reduz a uma solidão que os oprime."

A unidade entre o homem e a mulher se "baseia na dignidade de toda a pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus", evitando tanto uma igualdade indistinta e empobrecedora quanto uma diferença abissal e conflituosa.

Bento XVI afirmou ainda, que é necessário que ocorra "uma renovada busca antropológica, fundamentada na tradição cristã, que incorpore os novos progressos da ciência e das culturas hodiernas".
"Diante das correntes culturais e políticas que procuram eliminar, ou pelo menos ofuscar e confundir as diferenças sexuais inscritas na natureza humana considerando-as uma construção cultural _ ponderou o pontífice _ é preciso lembrar o plano de Deus que criou o ser humano, homem e mulher, com uma unidade e, ao mesmo tempo, uma diferença originária e complementar."

Bento XVI sublinhou que o homem e a mulher se "correspondem e se completam", e criticou a persistência de uma mentalidade machista, que ignora a novidade trazida pelo Cristianismo, que reconhece e proclama a igual dignidade e a responsabilidade da mulher em relação ao homem.

Existem lugares e culturas onde a mulher é discriminada e desvalorizada simplesmente por ser mulher, onde se recorrem a argumentos religiosos, e à pressão familiar, social e cultural para sustentar as desigualdades dos sexos, lugares e culturas onde se realizam atos de violências contra a mulher, reduzindo-a a objeto de maus-tratos e exploração nas propagandas, e na indústria do consumo e da diversão.

Bento XVI finalizou seu discurso, afirmando que diante de fenômenos tão graves e persistentes, torna-se urgente o empenho dos cristãos, para que sejam promotores de uma cultura que reconheça os direitos e a dignidade das mulheres.

O papa sublinhou a tarefa insubstituível da mulher e do homem na família, comunidade de amor aberta à vida. Desde a concepção, os filhos têm o direito de contar com o apoio de seu pai e sua mãe, que os devem acompanhar em seu crescimento.

"O Estado, por sua vez _ acrescentou _ deve apoiar com adequadas políticas sociais tudo o que promove a estabilidade e a unidade do matrimônio, a dignidade e a responsabilidade dos casais, assim como seus direitos, e a tarefa insubstituível de serem educadores dos filhos. Além disso, é necessário que a mulher colabore na construção da sociedade, e se valorize o seu típico estilo feminino." (MJ/AF)








All the contents on this site are copyrighted ©.