2008-02-07 19:47:25

PAPA FALA AO CLERO DE SUA DIOCESE SOBRE JOVENS, EVANGELIZAÇÃO E DESAFIOS DA EDUCAÇÃO


Cidade do Vaticano, 07 fev (RV) - "Ajudar-nos reciprocamente": esse foi o espírito que animou o encontro da manhã desta quinta-feira, entre o Bispo de Roma, Bento XVI, com os párocos e o clero diocesanos, na Sala das Bênçãos, no Vaticano.

Entre os temas mais recorrentes, nas perguntas dos sacerdotes, estiveram a questão dos jovens, a evangelização e o desafio educacional. A saudação ao pontífice, para esse já tradicional encontro, foi dirigida pelo cardeal-vigário do papa para a Diocese de Roma, Camillo Ruini, que ressaltou as muitas riquezas humanas e espirituais presentes na Diocese de Roma.

O papa sublinhou a importância de que os sacerdotes saibam testemunhar que "nós podemos realmente conhecer Deus, que podemos ser amigos d'Ele e caminhar juntos com Ele".

Bento XVI indicou a importância da presença de Deus na educação. Jamais basta uma formação profissional sem uma formação do coração, sem a presença de Deus _ advertiu retomando a sua carta à Diocese de Roma.

Por outro lado _ precisou _ é também um aspecto da formação cultural conhecer o Evangelho. Em seguida, o papa se deteve sobre o período quaresmal. Num tempo tão inflacionado por imagens e palavras precisamos dar espaço à Palavra de Deus, não basta somente um jejum do corpo _ foi seu convite:

"Parece-me que o tempo da Quaresma poderia ser também um tempo de jejum das palavras e das imagens, porque precisamos de um pouco de silêncio. Precisamos de um espaço sem o bombardeio permanente das imagens (...) de criar-nos espaços de silêncio e também sem imagens, para reabrir o nosso coração à imagem verdadeira e à Palavra verdadeira."

Respondendo depois a um sacerdote indiano, que se encontra em Roma há alguns anos, Bento XVI afrontou o tema da evangelização, retomando a Nota sobre o tema, aprovada recentemente pela Congregação para a Doutrina da Fé.

Diálogo significa respeito pelo outro _ reiterou. Mas essa dimensão do diálogo, tão necessária _ precisou _ não exclui o anúncio do Evangelho, dom da Verdade que não podemos guardar somente para nós mesmos, mas devemos oferecer também aos outros. Missão não é imposição, mas é oferecer o dom de Deus deixando que a Sua bondade nos ilumine, do contrário, faltaremos com um dever. Seríamos infiéis também nós se não propuséssemos a nossa fé, mesmo respeitando a liberdade do outro.

Para nós _ dizem muitos não-cristãos _ a presença do cristianismo nos ajuda mesmo não nos convertendo. Para Gandhi, por exemplo, o Sermão da Montanha era um ponto de referência que formou toda a sua vida _ recordou o papa. O trabalho missionário é fundamental. Diálogo e missão não se excluem _ acrescentou _ mas, aliás, um evoca o outro.

Em seguida, o pontífice se deteve sobre a importância dos Novíssimos (Escatologia), reconhecendo que talvez hoje na Igreja se fale muito pouco do pecado, bem como do Paraíso e do Inferno. Também por isso "eu quis falar do Juízo Universal na encíclica Spe Salvi (Salvos pela Esperança) _ frisou Bento XVI.

Quem não conhece o juízo último, não conhece a possibilidade da falência e a necessidade da redenção _ advertiu. Quem não trabalha pelo Paraíso, não trabalha nem mesmo para o bem dos homens sobre a Terra _ enfatizou. Nazismo e comunismo, que queriam mudar sozinhos o mundo, destruíram-no _ afirmou.

Em seguida, o papa ressaltou o papel sempre mais significativo dos diáconos _ mais de cem em Roma _ lembrando que devemos agradecer aos padres do Concílio Vaticano II se a figura do diácono foi retomada em seu valor. Um ministério que representa uma ligação entre o mundo leigo e o ministério sacerdotal _ ressaltou. (RL)







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