Santa Sé pede rigor ás organizações humanitárias na gestão dos donativos
(30/1/2008) A Santa Sé espera que as agências e as organizações internacionais sejam
mais claras quanto à utilização dos fundos destinados a acções humanitárias. A posição
foi assumida esta terça feira pelo Cardeal Paul Joseph Cordes, presidente do Conselho
Pontifício “Cor Unum”, apresentando, em conferência de imprensa, a mensagem de Bento
XVI para a Quaresma 2008. O Cardeal Cordes questionou o facto de, em muitos casos,
50% do dinheiro recebido pelas referidas organizações ser gasto em “custos internos”.
No caso do “Cor Unum”, assegurou, os custos administrativos com as fundações que lhe
estão confiadas não chega a 3%. Segundo este responsável, “de forma geral, o consumo
interno das agências de assistência da Igreja pode ser considerado exemplar”, elencando
os casos da Cáritas italiana (9%), A Ordem de Malta (7%) e a Ajuda à Igreja que Sofre
(6%). “Há uma diferença entre a Cáritas e a Cruz Vermelha, mesmo na maneira como
são distribuídas as ajudas”, assinalou D. Cordes, elogiando a “transparência” das
organizações católicas. “Seria útil se, por ocasião de apelos mediáticos, lançados
após calamidades como o Tusnami, fosse indicado – para além do número da conta – a
percentagem que as agências destinam à manutenção da própria instituição”, salientou.