A Igreja seja fiel ao Evangelho que foi critico com os poderosos: Bento XVI no Angelus
dominical. O Papa recordou o dia mundial dos doentes de lepra, e salientou que a formação
dos jovens é um empenho crucial para o futuro
(27/1/2008) “Deus, não o imperador, é o Senhor do mundo, e o verdadeiro Evangelho
é o Evangelho de Jesus Cristo”: Bento XVI quis reafirmá-lo comentando a liturgia
deste Domingo que apresenta o inicio da missão pública de Cristo. E convidou os cerca
de trinta mil fiéis congregados na Praça de São Pedro a pedirem á Virgem Maria que
obtenha sempre para a Igreja a mesma paixão pelo Reino de Deus que animou a missão
de Jesus Cristo: paixão por Deus, pela sua senhoria de amor e de vida; paixão pelo
homem, encontrado em verdade com o desejo de lhe dar o tesouro mais precioso: o amor
de Deus, seu Criador e Pai.. A palavra Evangelho, no tempo de Jesus, era usada
pelos imperadores romanos – recordou o Papa – para os seus proclamas: independentemente
do conteúdo eram definidos , boas noticias, isto é anúncios de salvação, porque o
imperador era considerado como o senhor do mundo e cada um dos seus editos , portador
de bem. Aplicar esta palavra á pregação de Jesus teve portanto um sentido fortemente
critico. Aos fiéis congregados na Praça de São Pedro neste domingo, Bento XVI
explicou que a missão de Jesus consistia na pregação do Reino de Deus e na cura dos
doentes, mostrando que este Reino está perto, ou melhor já está no meio de nós. A
expressão Reino de Deus – acrescentou o Papa – não indica certamente um reino terreno
delimitado no espaço e no tempo, mas anuncia que é Deus que reina, que é Deus o Senhor
e a sua senhoria está presente, é actual, está a realizar-se.. Portanto a novidade
da mensagem de Cristo é que, n’Ele, Deus está perto, reina já no meio de nòs, como
demonstram os milagres e curas que faz. A senhoria de Deus manifesta-se na cura integral
do homem: com isto Jesus quer revelar o rosto autentico de Deus; o Deus que nos dá
a vida em abundância, a sua própria vida. Por isso, concluiu Bento XVI- o Reino de
Deus é a vida que afirma sobre a morte, a luz da verdade que dissipa as trevas da
ignorância e da mentira. Depois da oração mariana do Angelus Bento XVI recordou
que neste dia 27 se celebra o dia mundial dos doentes de lepra, iniciada há 55 anos
por Raul Follereau. A todas as pessoas que sofrem por causa desta doença o Papa dirigiu
a sua saudação afectuosa assegurando uma oração especial que estendeu a todos aqueles
que de qualquer maneira se empenham ao seu lado, em particular os voluntários da
Associação Amigos de Raul Follereau. Bento XVI convidou os responsáveis a nível
politico e sanitário a empenharem-se sempre a favor dos cuidados que se devem prestar
a estes doentes. A formação das novas gerações é um empenho difícil e crucial para
o futuro da nossa cidade. Recordou o Papa explicando depois da recitação do Angelus
os motivos pelos quais no passado dia 21 dirigiu á diocese e á cidade de Roma uma
carta sobre a tarefa urgente da educação. O Papa anunciou que a 23 de Fevereiro receberá
no Vaticano, em audiência especial, todos aqueles que, como educadores, crianças,
adolescentes e jovens em formação, participam mais directamente no grande desafio
da educação, e acrescentou que lhes entregará simbolicamente esta sua carta..
Depois da recitação do Angelus , á janela dos seus aposentos o Papa esteve ladeado
por uma jovem e um jovem adolescente da acção católica, libertando dois pombos em
sinal de paz. Os jovens da acção católica encontravam-se na Praça de São Pedro para
a Caravana da paz, na conclusão do “mês da paz”. A eles o Papa dirigiu uma breve saudação
com grande afecto e apreciou o sem empenho a favor dos seus coetâneos que sofrem
por causa da guerra e da pobreza.