QUÊNIA: APELO DOS BISPOS AO DIÁLOGO ENTRE GOVERNO E OPOSIÇÃO
Nairobi, 26 jan (RV) - “Nunca é tarde demais para que os nossos líderes mudem
de opinião e se falem. Não é este o tempo de jogar a culpa uns sobre os outros. Por
esta razão, apoiamos plenamente os esforços de mediação do senhor Kofi Annan e sua
equipe. Solicitamos ao presidente Mwai Kibaki e ao parlamentar Raila Odinga para que
abram suas mentes e seus corações e comecem imediatamente o diálogo”. Assim os bispos
do Quênia exprimem o forte apoio à mediação iniciada pelo ex-secretário geral da ONU,
Kofi Annan, em um documento enviado à Agência Fides.
Os bispos pedem, além
disso, o “fim imediato das violências e das situações que conduzem à violência, inclusive
a organização de demonstrações que, neste ambiente instável, conduzem aos confrontos,
e o excessivo uso da força por parte das autoridades policiais”, assim como o uso
de uma linguagem que incita os ânimos.
Na mensagem da Conferência episcopal
se denuncia também o emprego de mensagens incendiárias enviadas através dos telefones
celulares. Os bispos, além disso, tomam posição a respeito da questão do retorno
dos refugiados às suas habitações: “Cremos que não seja o tempo de forçar os refugiados
para que acabem voltando em lugares onde não há mais nada que os atraia. Os pobres
se tornaram ulteriormente ainda mais empobrecidos. Como podem voltar?”
“Encorajamos
os católicos e as pessoas de boa vontade para que continuem a rezar. Sabemos com qual
generosidade vocês estão respondendo à crise. Continuem fazendo. Todos nós gostaríamos
de retomar nossas vidas: educar as crianças, curar os doentes, continuar com nossas
atividades, honrar Deus e ajudar-nos reciprocamente em nosso caminho pela vida”, concluem
os bispos.
No plano político, Kofi Annan encontrou no dia 24 de janeiro o presidente
Kibaki, ao mesmo tempo em que continuam os confrontos em diversas áreas do país, particularmente
na região oeste e nas favelas de Nairobi, onde as violências assumem características
criminais. (SP)