AJUDA À IGREJA QUE SOFRE EXPÕE A DIFICIL SITUAÇÃO DO HAITI
Porto Príncipe, 25 jan (RV) - Ao término da viagem ao Haiti, realizada pela
Ajuda à Igreja que Sofre, esta Fundação de direito pontifício expôs as urgentes necessidades
materiais que esta nação tem devido à miséria em que vive.
A viagem de três
semanas, encabeçado pelo chefe da Seção de Projetos de AIS para a América Latina,
Xavier Legorreta, serviu também para promover cerca de 60 projetos de ajuda, inclusive
o de painéis solares para obter energia em um país onde a eletricidade também escasseia,
construção de igrejas, capelas e centros educativos, além de uma maternidade em Porto
Príncipe, capital do Haiti.
Legorreta explica que “a única forma para começar
a ajudar as pessoas do Haiti é compartilhar seu sofrimento. Só assim se pode começar
a amá-las e entender suas necessidades. Falando com muitas pessoas – bispos, sacerdotes,
religiosos e leigos – a mensagem que recebemos era a mesma: eles se sentem completamente
esquecidos e inclusive rejeitados pelo mundo”.
Após explicar que AIS está
considerando de que maneira poderá sustentar os muitos seminários do Haiti, o que
em uma nação de oito milhões de católicos o converte no país mais rico em vocações
do mundo, Xavier Legorreta indicou que o colapso de valores morais em um país arrasado
pela pobreza e o contínuo caos político e econômico são um problema severo.
Após
comentar que para os bispos a formação do clero é prioritária, Legorreta destacou
que suas necessidades espirituais às vezes se vêem ultrapassadas pela luta cotidiana
por responder às suas necessidades materiais.
O chefe de Projetos de AIS para
a América Latina disse também que, devido ao pobre serviço postal, ao mau serviço
telefônico e à escassez de computadores e outros equipamentos de escritório, a única
forma de receber os pedidos para o financiamento de projetos era visitar o país. “Depois
de três semanas viajando pelo país, posso dizer honestamente que só vi quatro semáforos
funcionando”, acrescentou.
A situação no Haiti é extremamente difícil: 5,6%
da população está infectada com o vírus da AIDS, 75% está abaixo dos níveis de pobreza
internacionalmente reconhecidos, e 20% deixou o país em busca de um futuro melhor,
especialmente no Canadá, Estados Unidos e França. Em meio a tudo, a Igreja é um fator
importante de ajuda. (SP)