(23/1/2008) A Igreja Católica e a Igreja metodista têm avançado no diálogo recíproco,
marcado pela adesão dos metodistas, em 2006, à declaração conjunta católico-luterana
sobre a Doutrina da Justificação, de 1999. Em plena semana de oração pela unidade
dos cristãos, o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, apresentou uma reflexão
sobre este tema, a cargo de Donald Bolen, do Conselho Pontifício para a Promoção da
Unidade dos Cristãos. O Conselho Metodista Mundial agrupa Igrejas metodistas de
132 países, com um total de 75 milhões de fiéis, aproximadamente. Depois de ter
abordado os temas da tradição apostólica, da revelação e da fé, do magistério da Igreja
e da eclesiologia, “o diálogo irá concentrar-se agora em questões relativas aos sacramentos
e ao consenso fundamental da sacralidade da Igreja”, adianta Donald Bolen. Segundo
este membro do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos “existe
a forte sensação de que chegou o momento oportuno para recolher os frutos de décadas
de trabalho”. “Muito fica ainda por fazer, mas o longo caminho para a plena unidade
já demonstrou ser um enriquecimento para todas as partes envolvidas no diálogo”, assegura.
Um momento especial vivido em 2007 foi o terceiro centenário de Charles Wesley,
considerado com o seu irmão John como fundador do movimento metodista. A data foi
assinalada em Roma com uma celebração na Basílica de São Paulo fora de muros, onde
esteve presente o Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a
Promoção da Unidade dos Cristãos. O Cardeal Kasper fez referência aos milhares
de hinos escritos por Charles Wesley, alguns cantados em igrejas católicas do mundo
anglófono, que revelam “as convergências existentes entre metodistas e católicos sobre
aspectos fundamentais da fé cristã”.