(23/1/2008) No último Domingo de Janeiro de cada ano, é celebrado o Dia Mundial dos
Leprosos, o qual foi instituído pela ONU, em 1954, a pedido de Raoul Follereau, o
Apóstolo dos Leprosos do século XX. A Lepra é uma doença dermatológica, infecciosa,
crónica que atinge as pessoas pelo contágio, em especial as mais frágeis que sofrem
de desnutrição, falta de água potável e padrões de higiene mínimos. Raoul Follereau
chamava à lepra a filha primogénita da pobreza. A celebração do Dia Mundial dos
Leprosos ocorre no próximo dia 27 de Janeiro de 2008 e será mais uma oportunidade
para levar as pessoas a reflectirem sobre a situação de sofrimento das vítimas desta
doença e a partilhar com elas algo da sua solidariedade e dos seus bens, para ajudar
a tratar as suas feridas, aconchegar os seus estômagos, prestar mais informação sobre
a doença, reabilitar e reinserir quem está marginalizado por causa desta enfermidade.
A lepra sendo diagnosticada e tratada atempadamente, pode evitar-se a formação
de úlceras, a afectação do sistema nervoso periférico e das pálpebras, a produção
de lesões graves nos pés, nas mãos e evitar a cegueira. Actualmente há tratamento
e cura para a doença e são tratados, efectivamente, cerca de um milhão de doentes
por ano. No entanto, as precárias condições de vida de muitas populações, devido à
pobreza, às injustiças sociais, à ignorância, às guerras e às calamidades naturais
causam o aparecimento de quase outros tantos milhares de casos novos por ano. Raoul
Follereau (1903/1977) dedicou 50 anos da sua vida à causa dos Leprosos "os mais pobres
dos pobres", como ele os definia, orientando a sua acção sob a mensagem "combater
a Lepra e todas as causas de exclusão social".