Papa recomenda contacto pessoal com Cristo, ao receber comunidade de um seminário
romano
A “urgência de cultivar uma profunda vida interior, um contacto pessoal e constante
com Cristo, na oração e na contemplação” – foi recordada neste sábado pelo Santo Padre,
dirigindo-se, no Vaticano, aos seminaristas e padres do “Colégio Capranica” – o mais
antigo seminário de Roma, fundado em 1458 (um século antes do Concílio de Trento),
pelo cardeal Domenico Capranica, que (observou o Papa) “teve o dom de intuir, sem
incertezas, que a deseja reforma (da Igreja) não deveria dizer unicamente respeito
às estruturas eclesiásticas, mas principalmente à vida e às opções daqueles que, na
Igreja, estavam chamados a ser, a todos os níveis, guias e pastores do Povo de Deus”.
Foi assim que ele criou este “Colégio” e se preocupou em redigir as respectivas
“Constituições”. “Desse modo ele manifestou a sua atenção pelo primado da dimensão
espiritual e a consciência de que a profundidade e a consequente perseverança de uma
séria formação sacerdotal dependem, de maneira decisiva, da integridade e articulação
da proposta educativa. Estas opções adquirem hoje em dia ainda mais relevo, considerando
os múltiplos desafios com que se deve confrontar a missão dos presbíteros e dos evangelizadores”.
A este propósito, Bento XVI advertiu ainda que “sem uma autêntica amizade com
Jesus é impossível para um cristãos – e por maioria de razão para um sacerdote – levar
a cumprimento a missão que o Senhor lhe confia. Para o presbítero, isso comporta sem
dúvida uma séria preparação cultural e teológica”. Quase a concluir a sua saudação
aos alunos e formadores do Colégio Capranica, o Papa referiu como positiva a “experiência
de vida comum – neste seminário – entre alunos provenientes de diferentes regiões
da Itália e de países do mundo inteiro”, permitindo a cada um “conhecer bem aquele
tecido de cultura e de mentalidade que é típico da vida actual”. “Além disso – observou
ainda Bento XVI – a presença de alunos pertencentes à Igreja Ortodoxa da Rússia imprime
um impulso mais ao diálogo e à fraternidade e alimenta a esperança ecuménica”.