BENTO XVI: QUE A TERRA ÁRABE NÃO SE TORNE UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO DESTITUÍDO DE VIDA
ECLESIAL
Cidade do Vaticano, 18 jan (RV) – Bento XVI recebeu em audiência, na manhã
desta sexta-feira, no Vaticano, os prelados da Conferência dos Bispos Latinos das
Regiões Árabes, ocasião em que fez votos de que essas terras, muitas vezes abandonadas
pelos cristãos, por causa de contínuas violências, não se tornem sítios arqueológico
destituídos de vida eclesial.
A vocação dos cristãos nas regiões árabes _
observou _ se reveste de "uma importância essencial": eles são "artífices de paz e
justiça, uma presença viva do Cristo, vindo para reconciliar o mundo com o Pai".
"Na
região dos senhores _ afirmou o papa _ o desencadear-se sem fim da violência, da insegurança
e do ódio torna difícil a convivência." Por vezes, essa inquietadora combinação faz
temer pela existência de suas comunidades.
"É um grave desafio para o serviço
pastoral dos senhores, que os estimula a reforçar a fé dos fiéis e seu senso de fraternidade,
a fim de que todos possam viver uma esperança fundada na certeza de que o Senhor jamais
abandona aqueles que se dirigem a Ele."
Somente o Senhor _ ressaltou ainda
o pontífice _ é a nossa verdadeira esperança, em virtude da qual nós podemos afrontar
o nosso presente.
A seguir, o Santo Padre exortou os bispos latinos das regiões
árabes a se fazerem próximos às pessoas confiadas a seu ministério, e a acompanhá-las
no caminho de uma "autêntica fidelidade ao Evangelho".
"Todos, nas situações
difíceis que conhecem, podem ter a força e a coragem de viver no testemunho ardente
da caridade de Cristo."
É compreensível _ observou ainda, Bento XVI _ que os
cristãos sejam impelidos pelas circunstâncias, a deixarem seu país. "Todavia, é necessário
encorajar e ajudar firmemente, aqueles que fazem a escolha de permanecer fiéis à sua
terra, a fim de que não se torne um sítio arqueológico destituída de vida eclesial."
Para
tanto, o papa assegurou seu apoio às iniciativas dos prelados, em vista da criação
de condições socioeconômicas em favor dos cristãos nas regiões árabes. O papa se deteve
ainda, sobre a colaboração entre os católicos dos vários ritos...
"A oração
de Cristo no Cenáculo _ "Que todos sejam um!" _ é um forte convite a buscar incessantemente,
a unidade dos discípulos de Cristo." Os obstáculos no caminho da unidade _ prosseguiu
_ jamais devem apagar o entusiasmo a "tecer as condições de um diálogo cotidiano que
é um prelúdio à unidade".
"O encontro de membros de outras religiões, judeus
e muçulmanos, é para os senhores bispos uma realidade diária."
Um melhor conhecimento
recíproco _ concluiu o Santo Padre _ é necessário "para favorecer um respeito sempre
maior, à dignidade humana, à igualdade dos direitos e dos deveres das pessoas, e uma
renovada atenção às necessidades de cada um, particularmente dos mais pobres". (RL/AF)