2008-01-11 13:26:25

Liberdade religiosa constitui prioridade da acção diplomática da Santa Sé: recordou D. Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados


A Santa Sé “não tem interesses económicos e políticos, nem ambições estratégicas”, mas com a sua actividade diplomática deseja promover “sempre e por toda a parte, a defesa da liberdade religiosa, como direito primordial e inalienável entre todos os direitos humanos fundamentais": reafirmou-o o arcebispo Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados (espécie de ministro dos Negócios Estrangeiros, do Vaticano), numa Palestra pronunciada na Pontifícia Universidade da Santa Cruz, numa sessão comemorativa do respectivo patrono, S. Raimundo de Penaforte, quinta-feira, 10 de Janeiro. Tema da intervenção: “A protecção do direito à liberdade religiosa na actual actividade da Santa Sé”.
D. Dominique Mamberti observou que “o tema da liberdade religiosa, questão muito vasta, assume grande relevo na actividade da Santa Sé, que dela se ocupa, desde sempre, quotidianamente”. A liberdade de culto é “um direito subjectivo insuprível, inalienável e inviolável”, que dá “uma dimensão privada e pública, individual e institucional”.

O Secretário para as relações com os Estados recordou diversas intervenções da Santa Sé, na ONU, contra a “intolerância e discriminações em relação aos cristãos e aos fiéis de outras religiões” e contra o que classificou como “o estádio mais grave” dos atentados à liberdade religiosa: “as perseguições”. Para a Igreja Católica, a liberdade religiosa “é o direito proeminente de entre todos os outros, e a sua defesa – sublinhou – é o ponto de referência, a prova real, para verificar a tutela de todos os outros direitos: onde floresce a liberdade religiosa, florescem os outros direitos; quando esta está em perigo, vacilam também os outros direitos”.
Cristianofobia, islamofobia e anti-semitismo são expressões da mesma intolerância e constituem outras tantas violações da liberdade religiosa – advertiu D. Mamberti. “Ocorre contrastar dois aspectos característicos das sociedades hodiernas: o desfasamento entre religião e razão, remetendo a primeira para o domínio do sentimento e afastando a religião da esfera pública”.

Sobre a relação entre liberdade religiosa e liberdade de expressão, o Secretário para as Relações com os Estados fez votos de que se alcance uma correcta articulação destas duas formas de liberdade, que salvaguarde uma e outra.
Sobre outra questão fundamental – o diálogo entre religiões e cultura – o prelado observou que este diálogo “só é possível se não se renunciar à verdade”. Na promoção de iniciativas internacionais, neste campo, há que manter sempre viva a consciência de que “as religiões têm características específicas e diferentes”.








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