ARCEBISPO MAMBERTI: COMBATER CRISTOFOBIA, ISLAMOFOBIA E ANTI-SEMITISMO
Cidade do Vaticano, 11 jan (RV) – O secretário vaticano das Relações com os
Estados, Dom Dominique Mamberti, fez uma palestra, nesta quinta-feira, na Pontifícia
Universidade da Santa Cruz, em Roma, intitulada "Proteção do direito de liberdade
religiosa na ação atual da Santa Sé", na qual afirmou que "respeitar a liberdade religiosa
no mundo quer dizer, hoje, combater três fenômenos: a cristofobia, a islamofobia e
o anti-semitismo".
Dom Mamberti explicou que esse é o desafio para contrapor
toda forma de discriminação e perseguição. Segundo o arcebispo, a chamada "cristianofobia"
é um conjunto de comportamentos que derivam da ausência de educação ou da má informação,
da intolerância e da perseguição.
Para Dom Mamberti, esses três fenômenos devem
ser enfrentados por igual. Ilustrando a posição da Igreja, o arcebispo explicou que
o respeito do direito à liberdade religiosa constitui a base do respeito de qualquer
outro direito pois, quando a liberdade religiosa está em risco, todos os outros direitos
vacilam.
A liberdade religiosa _ disse _ é um direito que não se pode suprimir;
tem uma dimensão privada, pública e institucional. Nesse contexto _ acrescentou _
a atividade diplomática da Santa Sé tem como objetivo central assegurar a estabilidade
e a certeza das atividades da comunidade cristã. Dom Mamberti falou também, da relação
entre a liberdade religiosa e a liberdade de expressão, propondo um equilíbrio voltado
a salvaguardar o exercício de ambas.
À margem da palestra feita por Dom Mamberti,
o embaixador israelense junto à Santa Sé, Oded Ben-Hur, antecipou aos jornalistas
que o papa "pode ir à Terra Santa em 2009". "Não há previsão de visita para este ano
_ disse o diplomata ontem _ mas estamos trabalhando para programar a visita para o
ano que vem. Estamos confiantes e fazendo progressos nesse sentido" _ acrescentou,
falando aos jornalistas.
O diplomata também destacou que a Comissão Bilateral
de negociação, sobre o status jurídico e fiscal da Igreja Católica em Israel, que
se reuniu nos últimos meses em Jerusalém, "não obteve resultados concretos, mas esclareceu
questões muito importantes". "Portanto _ concluiu _ confiamos que o papa possa fazer
esta viagem no ano que vem." (CM/AF)