APELO DO PAPA AOS ADMINISTRADORES DO LÁCIO EM PROL DA SAÚDE, EDUCAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
DE RECURSOS
Cidade do Vaticano, 10 jan (RV) - O papa concedeu, nesta quinta-feira, uma
audiência aos administradores da região italiana do Lácio. Estavam presentes o presidente
da junta regional do Lácio, Pietro Marrazzo, o prefeito de Roma, Walter Veltroni,
e o presidente da província de Roma, Enrico Gasbarra.
Em seu discurso, Bento
XVI lançou um apelo _ sublinhando os laços que unem o Vaticano à cidade de Roma _
para que, nas diversas obrigações confiadas às administrações locais (da tutela da
família à educação, da luta contra a pobreza ao tratamento de doentes) seja sempre
respeitada a "centralidade da pessoa humana".
"Mudam os tempos e as situações,
mas não enfraquecem nem diminuem o amor e a solicitude do papa para com todos aqueles
que vivem nesta terra, tão profundamente marcada pela grande e viva herança do Cristianismo."
Em
seu discurso, o pontífice sublinhou "a importância decisiva que têm a educação, a
formação da pessoa, ao longo de todo o arco da existência". O papa falou de uma verdadeira
"emergência educativa". "Parece, realmente, sempre mais difícil _ disse o papa com
tristeza _ propor, de maneira convincente, às novas gerações, sólidas certezas e critérios
sobre os quais construir a própria vida."
"Tanto os pais quanto os professores
sabem que, também por isso, são tentados a abdicar de suas próprias obrigações educativas.
Eles mesmos, no atual contexto social e cultural, impregnados de relativismo e também
niilismo, dificilmente conseguem encontrar pontos seguros de referência, que possam
sustentá-los e guiá-los em sua missão de educadores, assim como em toda a sua conduta
de vidas" _ disse o Santo Padre.
Tal emergência _ advertiu _ "não pode deixar
indiferente a Igreja nem suas administrações". Com a formação das pessoas estão, de
fato, em jogo "as próprias bases da convivência e o futuro da sociedade".
Nesse
contexto, o Santo Padre manifestou viva gratidão à região do Lácio, pelo amparo oferecido
aos oratórios e aos centros para a infância, promovidos pelas paróquias e comunidades
eclesiais, bem como pela contribuição para a instituição de novos complexos paroquiais,
nas áreas do Lácio que ainda não dispõem desses serviços.
Bento XVI destacou
ainda, outra "emergência que se agrava": a pobreza. Uma pobreza que _ segundo o papa
_ "aumenta, sobretudo, nas grandes periferias urbanas, mas começa a estar presente
também em outros contextos e situações, que antes pareciam estar protegidas".
"A
Igreja participa, de coração, do esforço para aliviar essa situação, colaborando,
com satisfação, com as instituições civis, mas o aumento do custo da vida, em particular
os preços das moradias, o desemprego e também os salários e as aposentadorias freqüentemente
inadequados tornam realmente difíceis as condições de vida de tantas pessoas e famílias"
_ argumentou o pontífice.
Concluindo seu discurso, o papa falou da questão
do tratamento de doentes, afirmando que é grave a dificuldade que a região do Lácio
enfrenta, no setor da saúde. Todavia, constatou que as mesmas dificuldades são enfrentadas
pelas estruturas de saúde católicas, algumas das quais de grande prestígio e de reconhecida
excelência, em todo o território nacional.
Bento XVI lançou um apelo para que
"na distribuição de recursos", os hospitais católicos não sejam penalizados, não por
um interesse da Igreja _ sublinhou _ "mas para não comprometer um serviço indispensável"
à população. (JD/AF)