2008-01-09 16:10:37

PAPA DEDICA AUDIÊNCIA GERAL A SANTO AGOSTINHO: "HOMEM DE PAIXÃO E DE FÉ, PASTOR INCANSÁVEL"


Cidade do Vaticano, 09 jan (RV) - Na Audiência Geral desta quarta-feira, o papa Bento XVI dedicou sua catequese à figura de Santo Agostinho, retomando, assim, a série de catequeses dedicadas aos "Padres da Igreja" dos primeiros séculos do Cristianismo. O pontífice recordou os principais pontos da trajetória de Santo Agostinho, ilustrada em suas célebres "Confissões".

Bento XVI garantiu que nas próximas semanas, em seus encontros com os fiéis, vai aprofundar os muitos escritos de Santo Agostinho, que ele chamou de "homem de paixão e de fé, pastor incansável, que teve uma influência considerável e cujo nome é, muitas vezes, conhecido mesmo pelos que não conhecem o Cristianismo".

O Santo Padre sublinhou a relação entre fé e razão, tão patente em Santo Agostinho, que ele chamou de "santo e filósofo": "Raramente, uma civilização encontrou um espírito tão grande, a ponto de saber acolher seus valores e exaltar sua intrínseca riqueza, inventando idéias e formas de que se teriam nutrido as futuras gerações, como sublinhou o Papa Paulo VI: "Pode-se dizer que todo o pensamento da Antigüidade converge na sua obra e dela brotam correntes de pensamento que permeiam toda a tradição dos séculos sucessivos.""

Educado à fé cristã de sua mãe, Mônica, o jovem Agostinho abandonou cedo a Igreja Católica, mas dentro dele restou alguma coisa: "Permaneceu sempre encantado com a figura de Jesus Cristo, diz também que sempre amou Jesus, mas sempre se distanciou da fé eclesial, da pratica eclesial, como acontece hoje, com muitos jovens."

Bento XVI traçou uma breve biografia de Santo Agostinho, que nasceu em Tagaste, na Numídia, África romana, em 354, estudou em Madauro e em Cartago, onde leu uma obra de Cícero que despertou nele o amor à sabedoria. Foi nessa época que Santo Agostinho teve o primeiro contato com a Bíblia que, a princípio, não o satisfez. Ele sentia mais simpatia pelo maniqueísmo, que lhe parecia mais rigoroso e racional do que o Cristianismo.

Em Cartago, Agostinho exerceu o cargo de Mestre de Retórica. Gradativamente desiludido com a fé maniqueísta e incapaz de resolver suas dúvidas, partiu para Roma, depois para Milão, onde, então, seguiu as pregações do bispo Ambrósio. Sua conversão ao Cristianismo, ocorrida em 15 de agosto de 386, foi o ponto de chegada de um longo percurso interior.

Santo Agostinho foi batizado e, depois, retornou ao continente africano, onde viveu uma existência monástica, a serviço de Deus, fundando um mosteiro em Hipona. No ano 391, foi ordenado padre, tornado-se bispo quatro anos depois, como lembrou o papa: "Foi um bispo exemplar, no seu incansável empenho pastoral. Pregava várias vezes na semana a seus fiéis, sustentava os pobres e os órfãos, cuidava da formação do clero e das organizações de mosteiros femininos e masculinos."

O papa ressaltou ainda, a importante influência exercida por Agostinho no Cristianismo do seu tempo, durante seus 35 anos de episcopado. Santo Agostinho morreu no ano de 430, com 76 anos de idade.

Ao final da Audiência, o Santo Padre reservou uma saudação especial aos dirigentes e atletas do campeonato de futebol italiano da série D, presentes na audiência: "Que o jogo de futebol possa ser, cada vez mais, veículo de educação aos valores da honestidade, da solidariedade e da fraternidade, especialmente entre as gerações jovens."

Logo a seguir, o pontífice saudou os peregrinos presentes, em diversos idiomas, inclusive o português. Eis sua saudação: "Saúdo com afeto no Senhor todos os ouvintes de língua portuguesa, em particular o grupo de brasileiros de Piracicaba do Estado de São Paulo. Desejo a todos felicidades, com os auspícios de que levem de Roma uma consciência de Igreja mais clara, e a fé no seu divino Fundador, Jesus Cristo, mais viva e operante. E peço a Nossa Senhora que os proteja e aos que lhes são queridos, ao dar-lhes a bênção." RealAudioMP3 (JD/AF)







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