2008-01-08 10:49:48

QUÊNIA: 60 MIL PESSOAS RECEBEM AJUDA DA CÁRITAS


Nairóbi, 08 jan (RV) - Neste momento, 60 mil pessoas afetadas pelos confrontos políticos e étnicos que atingiram o Quênia após as eleições presidenciais já estão recebendo ajuda da parte da Cáritas e das instituições católicas de ajuda no país africano. A Cáritas oferece comida, alojamento, água, assistência à saúde aos desabrigados de suas próprias casas e que agora buscam refúgio em igrejas, estações de polícia ou outros lugares públicos.

Segundo os dados oferecidos por esta organização da Igreja Católica e pela ONU, até agora, o número dos desabrigados oscila entre 180 mil e 250 mil. Dados da polícia do país confirmam que as vítimas da violência são pelo menos 600 pessoas. A oposição fala de mais de mil mortos.

O anúncio da reeleição do presidente Mwai Kibaki, em 30 de dezembro, desencadeou confrontos, especialmente no oeste do país e nos bairros de favelas de Nairobi, onde se concentram os seguidores de seu rival Raila Odinga.

Segundo a Cáritas, o que começou como uma crise política foi assumindo o caráter de conflito étnico. Falta comida, porque as lojas e armazéns foram queimados ou porque as pessoas têm muito medo de sair de suas casas. Os preços dos produtos básicos se multiplicaram – no caso das verduras, segundo algumas fontes, em 500%.

A Cáritas considera que ainda é possível encontrar uma solução política antes que a situação piore ainda mais, transformando-se em um banho de sangue. Esta possibilidade, indica, requer a reabertura do diálogo entre Kibaki e Odinga.

Ainda que se tema a intensificação da violência no país, não parece provável que se repita uma situação de violência étnica como a que se deu nos anos 90 em Ruanda ou na ex-Iugoslávia.

O coordenador para as emergências da Cáritas Quênia, Stephen Kituku, explica: “Não sabemos se a situação piorará, mas a acompanhamos de perto. Tudo depende de que os dois principais partidos políticos consigam encontrar juntos uma solução”.

Os bispos no Quênia fizeram um chamado à calma aos partidários de Kibaki e de Odinga e ao diálogo entre os dois líderes. Desta forma, pediram que se criasse uma comissão eleitoral para revisar os resultados das eleições de 27 de dezembro passado. (SP)







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