2008-01-07 12:08:44

As prioridades do Secretário de Estado Cardeal Tarcisio Bertone para 2008: China, Cuba, Venezuela, diálogo com o Islão, eleições nos EUA e criação de plataformas católicas de comunicação e solidariedade entre os temas abordados
 


(7/1/2008) O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, considera a situação no Médio Oriente como uma das questões que mais preocupam o Papa e a Santa Sé, assegurando que Bento XVI fala da mesma “com todos os líderes que visitam o Vaticano”.

Em entrevista publicada na revista católica “Famiglia Cristiana”, da Itália, anuncia que na visita que irá realizar a Cuba, em Fevereiro próximo, espera falar com Raul Castro e irá abençoar “um grande monumento público” que recorda os 10 anos da visita de João Paulo II.
O Cardeal italiano aborda as relações com Israel e lamenta que não sejam obtidas “soluções para muitos problemas concretos”, como nos casos das propriedades eclesiásticas ou da obtenção de vistos por parte dos membros da Igreja.
Noutro âmbito, o Cardeal Bertone deixa um rasgado elogio ao povo venezuelano, que “demonstrou grande coragem e liberdade” e pede que os líderes da América Latina “aprendam a escutar os povos, que estão a amadurecer e a tomar consciência do seu direito a serem protagonistas”.
Sobre a China, confirma-se a “abertura” e os contactos mantidos, com destaque para “o reconhecimento do valor positivo da religião por parte do partido” comunista. “Digamos que são passos pequenos, mas andamos para a frente”, assinala o Secretário de Estado do Vaticano.

D. Tarcisio Bertone não se mostra preocupado pelo facto de, em Abril deste ano, Bento XVI ir visitar os EUA em plena campanha eleitoral norte-americana, assegurando que o Papa “está acima das partes”. Ainda assim, admite que “não se podem controlar eventuais instrumentalizações”.
Nesta visita, Bento XVI passa pela sede da ONU e vai afirmar que “a Igreja Católica sempre apoiou o trabalho das Nações Unidas e não mudará a sua política”, apontando para os valores que sustentam as “históricas declarações internacionais”.
Quanto à Europa, tomando como ponto de partida algumas dificuldades na relação Igreja-Estado que se vivem na Itália, o Cardeal Bertone defende que “a concepção de laicidade que se opõe à religiosidade é anti-histórica”, louvando a atitude de Nicolas Sarkozy, presidente da "laicíssima França” na sua última visita ao Vaticano.

O Cardeal Bertone revela também que é intenção da Santa Sé “aprofundar de forma concreta o diálogo com o Islão, no pluralismo das posições” e que em breve será publicada uma “Instrução” para fixar os critérios de aplicação do Motu Proprio de Bento XVI sobre a Liturgia Romana anterior à reforma do Concílio Vaticano II.
O Secretário de Estado do Vaticano mostra-se satisfeito com o trabalho desenvolvido no Ossservatore Romano e pede “sinergias” entre agências, editoras, jornais, rádios e televisões católicas de todo o mundo. O mesmo deve ser feito, defende, em relação às ONG’s, para promover “acções comuns”.








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