CARDEAL TAURAN CONFIRMA REUNIÃO ENTRE LÍDERES CATÓLICOS E MUÇULMANOS, NOS PRÓXIMOS
MESES, EM ROMA
Cidade do Vaticano, 05 jan (RV) - O presidente do Pontifício Conselho para
o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, confirma a reunião entre líderes
católicos e muçulmanos, nos próximos meses, em Roma.
O Vaticano está organizando
um grande encontro entre líderes católicos e muçulmanos, com o objetivo de dar início
a um processo de diálogo entre as duas religiões. A reunião _ ainda sem data marcada
_ vai se realizar em Roma, durante a primavera no hemisfério norte, ou seja, entre
março e junho.
A notícia foi antecipada pelo Cardeal Jean-Louis Tauran,
em declarações ao jornal "L'Osservatore Romano". O cardeal acrescentou que deve receber
um grupo formado por três representantes muçulmanos, em fevereiro ou março, para preparar
o encontro. "De certa forma, isso pode ser definido como algo histórico" _ disse.
Na ocasião, os líderes religiosos devem estabelecer as bases para o grande
encontro da primavera. Da pauta da reunião devem constar três questões: o respeito
à dignidade do indivíduo, o entendimento recíproco entre as religiões e como obter
mais tolerância entre os jovens.
A iniciativa do Vaticano é uma resposta à
carta enviada por 138 líderes muçulmanos ao papa e a outros líderes cristãos, em outubro
passado. Na carta _ de 29 páginas _ eles advertem que "a sobrevivência do mundo estaria
em risco, se muçulmanos e cristãos não alcançarem a paz".
A mensagem também
foi considerada um convite aberto para que cristãos e muçulmanos se unam em torno
de aspectos fundamentais de suas crenças, como a fé no único Deus.
Posteriormente,
o papa recebeu o rei da Arábia Saudita e convidou os dignitários muçulmanos para uma
visita ao Vaticano, defendendo o diálogo "fundado no respeito e no conhecimento recíprocos". "Continua
a ser verdade que, para alguns muçulmanos, o diálogo inter-religioso não é nem uma
realidade nem uma prioridade. Mas é também verdade que estamos assistindo a um acontecimento
importante na carta aberta" _ afirmou o Cardeal Tauran, destacando que os 138 signatários
da carta ao papa representam 43 países. (CM/PL/AF)