2008-01-03 14:28:27

Comunidade internacional tenta impedir agravamento dos confrontos no Quénia


(3/1/2008) A comunidade internacional mobiliza-se, tentando impedir o agravamento dos confrontos étnicos e políticos no Quénia, onde já morreram 306 pessoas, vítimas das acções de violência desencadeadas na sequência do anúncio dos resultados das eleições gerais de 27 de Dezembro passado.
O Alto Comissariado para os Refugiados da ONU anunciou nesta quarta feira o destacamento de uma equipa para a fronteira entre o Quénia e o Uganda, onde se refugiaram cerca de 600 quenianos que fugiram aos confrontos étnicos e políticos que assolam o país há oito dias. No âmbito desta tragédia, pelo menos 35 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram queimadas vivas numa igreja de madeira, incendiada por uma multidão encolerizada, em Kiamba, perto de Eldoret. As vítimas eram membros da tribo Kikuyu, a que pertence Mwai Kibaki.
É neste ambiente de incerteza, de violência e de desconfiança mútua que o presidente da União Africana, o ganês John Kufuor, chegou ontem à noite a Nairobi para tentar uma mediação entre os partidos políticos. Acompanhado do chefe da missão da Commonwealth, Ahmed Kabbah, ex-presidente da Serra Leoa.


Os esforços diplomáticos de Kufuor são apadrinhados pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, tendo os chefes da diplomacia dos dois países, Condoleezza Rice e David Miliband, emitido um comunicado conjunto a pedir que as duas partes "demonstrem espírito de compromisso".


A desestabilização do Quénia, que tem vizinhos complicados como a Somália, por exemplo, não é do interesse de ninguém. Além de que Nairobi tem sido um dos aliados dos ocidentais na luta contra o terrorismo inspirado na Al-Qaeda. O país mais desenvolvido na África Oriental depende e muito do turismo - sector que pode ser afectado pela crise.
A vontade de acabar com uma crise que já provocou mais de 300 mortos e fez disparar o número de violações e de deslocados teve hoje um importante teste. O Movimento Democrático Laranja que convocara uma marcha pacífica para Nairobi, apesar da proibição da polícia, decidiu anulá-la adiando-a para o próximo dia 8.








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