A estabilização da região dos Balcãs, prioridade da presidência eslovena da UE
(2/1/2008) A Eslovénia substituiu, no dia 1 de Janeiro, Portugal, na presidência
semestral rotativa da União Europeia (UE) com a grande responsabilidade de coordenar
a política externa comum europeia numa altura em que o Kosovo se prepara para declarar
independência face à Sérvia. Este país alpino com dois milhões de habitantes que
aderiu à UE em 2004, entrou no início de 2007 na Zona Euro e a 21 de Dezembro último
no espaço Shengen, é uma nação independente há apenas 16 anos e o primeiro dos países
ex-comunistas a liderar o bloco europeu. O primeiro-ministro esloveno, Janez Jansa,
anunciou há uma semana que a estabilização da região dos Balcãs será a sua prioridade
durante o semestre em que assumirá a presidência da UE. Apesar do seu estatuto
de pequeno país da UE, a Eslovénia pode estar bem colocada para fazer a diferença
no actual xadrez político dos Balcãs. A Sérvia, o Kosovo e a Eslovénia pertenceram
no passado à Federação Jugoslava e os observadores ocidentais esperam que a Eslovénia
utilize agora os seus antigos "laços de família" para ajudar a encontrar uma solução
sobre o futuro estatuto do Kosovo, uma das questões mais sensíveis do panorama político
internacional. Os Estados Unidos e a maioria dos países da UE estão dispostos a
reconhecer a independência do Kosovo porque o território não está sob controlo da
Sérvia desde 1999, quando a NATO interveio para parar a ofensiva militar do antigo
presidente sérvio Slobodan Milosevic contra os separatistas. A Sérvia, apoiada
pela Rússia, insiste que o Kosovo - considerado o berço medieval da nacionalidade
Sérvia - deve continuar a fazer parte do seu território, e pede mais negociações com
o Kosovo e com a Albânia. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Eslovénia, Dimitrij
Rupel, reconheceu que o país vai enfrentar uma tarefa muito difícil na mediação entre
os seus "amigos" kosovares e sérvios, trabalhando também ao mesmo tempo para manter
coesa a UE. Mas a Eslovénia também terá a responsabilidade de continuar o trabalho
da presidência portuguesa na área do acompanhamento do processo de ratificação do
Tratado de Lisboa em todos os Estados-membros, que se espera esteja concluído "o mais
rapidamente possível".