PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA AS IGREJAS ORIENTAIS COMENTA AS ATIVIDADES DA IGREJA
NA TERRA SANTA
Cidade do Vaticano, 28 dez (RV) - O Prefeito da Congregação para as Igrejas
Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, em entrevista ao jornal L’Osservatore Romano,
recorda que "a comunidade católica mundial deve se comprometer a cultivar a dimensão
da caridade cristã, pois reflete o anúncio do Natal que teve inicio na Terra Santa".
O cardeal salientou que "a Igreja Católica é herdeira de uma responsabilidade
especial para com aqueles que hoje vivem na Terra Santa, pois desde o início da Redenção,
essa comunidade, tem vivido com a grande família cristã as pegadas da passagem histórica
do seu Senhor".
Na entrevista o Cardeal chama a atenção para o papel da Congregação
para as Igrejas Orientais, que tem um "dever de garantir em primeiro lugar, a solidariedade
espiritual e material para com todos os habitantes de Israel e da Palestina". No campo
da liberdade religiosa o Cardeal recordou que esse direito não pode ser apenas expresso
nos documentos oficiais, mas deve ser "assegurado nas práticas das relações sociais
normais".
Diz ainda o prelado: "A proteção dos seus direitos deve ser assegurada
com convicção, mesmo quando a política, a diplomacia, a cultura, a economia são obrigadas
a reconhecer sua incapacidade em proteger os direitos de todos. Com realismo, temos
que afirmar que o futuro da Terra Santa é inseparável das instituições religiosas
que operam no território e dos laços de solidariedade que elas podem estabelecer com
o mundo".
Segundo o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, "a
Terra Santa não deve ser encarada como uma preocupação entre muitas outras. É prioridade
para a Igreja Católica e para os cristãos, como o é o ecumenismo e o diálogo inter-religioso".
Na entrevista o Cardeal Leonardo Sandri lança uma pergunta que, em seguida, ele mesma
dá uma resposta. Podem a Igreja e instituições civis da Europa e do mundo deixar de
lado o compromisso com a paz estabelecida, mesmo no nosso tempo, com a Terra Santa?
Segundo o Cardeal, "os cristãos da Terra Santa experimentam fortemente a escuridão
do presente e não vêem humanamente as luzes do futuro. Não perderemos o encontro com
a sua história, se nós os apoiarmos em todos os sentidos, fisicamente e espiritualmente,
porque não podemos esquecer que a porta da escuridão foi aberta para sempre".
Sobre
as relações com os judeus e os muçulmanos, o cardeal recordou, que em relação a outras
tantas partes do mundo, em Israel e na Palestina os católicos, vivem diariamente lado
a lado, e portanto, se empenham fortemente no entendimento comum.
Sobre os
conflitos na Terra Santa, o prelado recordou a necessidade de "oração e trabalho em
prol da paz, em primeiro lugar, com a sensibilização de todas as instâncias locais
e internacionais envolvidas no processo de paz elaborado para toda a região do Médio
Oriente". (SP- RR)