2007-12-28 12:14:58

PAPA PODERÁ ENCONTRAR "SÁBIOS" MUÇULMANOS NO VATICANO


Cidade do Vaticano, 28 dez (RV) - Avança o diálogo entre a Santa Sé e o mundo islâmico moderado: entre o fim de Fevereiro e o início de março, o Papa Bento XVI poderá se encontrar com uma delegação dos 138 intelectuais e teólogos muçulmanos, que no último mês de Outubro tinham assinado um documento, com o título, “Uma palavra comum”, para abrir um novo capítulo nas relações entre o islamismo e o cristianismo.

A anunciar a disponibilidade do grupo muçulmano ao encontro com o Santo Padre, nova etapa no caminho de reconciliação, foi o príncipe jordaniano Ghazi bin Muhammad bin Talal, promotor da iniciativa inter-religiosa, numa carta enviada ao Secretário de Estado Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone.

Os intelectuais islâmicos indicaram como data de um possível encontro no Vaticano o período que vai do fim de Fevereiro aos primeiros dias de Março. A Santa Sé, em linha de máxima, teria aceito a realização do encontro.

“Fortalecidos pela recente visita ao Vaticano” do rei saudita Abd Allah bin Abd Al-Aziz, escreve o príncipe jordaniano em nome dos demais signatários muçulmanos, estamos “disponíveis a encontrar” Bento XVI em Roma. ”Nosso motivo para o diálogo é essencialmente o desejo de buscar a boa vontade e a justiça para praticar o que nós muçulmanos chamamos “rahmah” e vós chamais de caritas”, escrevem sábios.

Os 138 “sábios” haviam escrito no último mês de outubro uma carta aberta ao Santo Padre e a todos os líderes de Igrejas cristãs – Protestantes e Ortodoxas – propondo uma nova fase de diálogo e colaboração, que colocasse fim nas tensões internacionais atuais. O gesto dos intelectuais e teólogos muçulmanos, fechava o capítulo de fricções nascidas após o discurso de Bento XVI em Regensburg, em 2006.

Em Novembro passado o Papa, através do seu Secretário de Estado, havia respondido positivamente aos 138 “sábios” muçulmanos dando a disponibilidade para um encontro com um delegação dos mesmos no Vaticano.

“A fim de encorajar a vossa louvável iniciativa – dizia a resposta do Vaticano ao príncipe Ghazi bin Muhammad bin Talal – fico feliz em comunicar que Sua Santidade teria muito prazer em receber sua Alteza Real e um restrito grupo de signatários da carta aberta, escolhido pelo senhor. Ao mesmo tempo, poderia ser organizado um encontro de trabalho entre a Sua Delegação e o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso”.

Na carta, na qual acolhe o convite do Papa, o príncipe jordaniano detém-se sobre duas dimensões do diálogo: a que se refere às almas daqueles que crêem, e a intrínseca, que se refere à sociedade. O diálogo – reafirma a carta -, é “por definição entre pessoas com pontos de vista diferentes, não entre pessoas com o mesmo ponto de vista”. Ainda que um “acordo teológico completo entre cristãos e muçulmanos não seja inerentemente possível por definição”, é necessário – explica o príncipe – “manter firme a atitude comum e a cooperação baseada naquilo que estamos de acordo”. (SP)







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