Coimbra, 22 dez (RV) - O arcebispo emérito de Goiás, D. Tomás Balduíno, recebeu
ontem em Coimbra, Portugal, junto com o médico angolano Fernando Nobre, o Prêmio Direitos
do Homem promovido pela Fundação Mariana Seixas. A fundação homenageou o trabalho
que o Bispo desenvolveu em favor da causa dos sem-terra e dos indígenas no Brasil.
D. Tomás Balduíno, também conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra,
renunciou ao episcopado em 1999, declarou observar a homenagem como um resultado da
sua ligação ao movimento dos sem-terra e da luta pelos direitos dos povos indígenas,
causas que o mobilizaram durante décadas.
Para ele, a mobilização dos trabalhadores
rurais e do movimento dos sem-terra não foi apenas de oposição à ditadura militar
brasileira, mas se tornou também uma referência na luta contra o agronegócio.
O
médico angolano Fernando Nobre, presidente da Assistência Médica Internacional (AMI),
outro homenageado, é professor universitário e fundador da Assistência Médica Internacional,
uma organização que se dedica à causa da cooperação e defesa dos direitos humanos.
"É
reconfortante ver os esforços reconhecidos na defesa dos direitos humanos. Com toda
a humildade, tenho feito algum esforço nesse sentido", disse Fernando Nobre à agência
Lusa, acrescentando que vai permanecer em defesa da causa.
Segundo o médico,
após décadas da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que "são direitos sagrados",
os princípios continuam sendo violados, o que exige um esforço de todos na sua defesa
e promoção.
Neste ano, a Fundação Mariana Seixas, de Viseu, em colaboração
com o Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados, instituiu o Prêmio de
Direitos do Homem "Dr. João Madeira Cardoso", de caráter anual, no valor de 5 mil
euros (R$ 12,8 mil) e para distinguir personalidades que desenvolvam ações nos países
de língua portuguesa. (CD/SP)