2007-12-18 17:49:17

Discriminados, os cristãos continuam a sofrer na terra natal de Jesus.


(18/12/2007) O Cristianismo é uma realidade cada vez mais residual no território em que Jesus nasceu e viveu. Hoje os cristãos representam pouco mais de 1% da população israelita e palestiniana, sem grande peso político ou económico, mas asseguram que a sua presença ali nunca irá desaparecer.
Foi para falar desta realidade que a Sala de Imprensa da Santa Sé recebeu esta Segunda-feira o Pe. Pierbattista Pizzaballa, responsável máximo da Custódia da Terra Santa, instituição dos Franciscanos para a conservação dos lugares ligados ao início do Cristianismo, criada e estabelecida por São Francisco de Assis em 1209.
A “difícil” situação dos cristãos levou o Pe. Pizzaballa a centrar a sua intervenção numa palavra, “sofrimento”, em função das dificuldades políticas, económicas e sociais da região.
60% dos cerca de 170 mil cristãos da zona vive em Israel e 99% tem origem árabe-palestiniana. A discriminação é dupla, seja pela origem étnica, seja pelo facto de, embora árabes, não professarem o Islão, o que leva a uma forte emigração dos cristãos, em especial nas zonas controladas pela Autoridade Palestiniana.
O drama é particularmente sentido em Belém, local onde a tradição cristã situa o nascimento de Jesus. O conflito entre facções palestinianas tem um forte impacto na vida económica e social, à beira do colapso, apesar do aumento dos números do turismo religioso em 2007.
A construção, por parte de Israel, do muro de segurança na Cisjordânia, com os seus numerosos checkpoints, complicou ainda mais a vida da população que trabalha em Jerusalém e dificulta o acesso ao local por parte dos turistas, principal fonte de receitas de muitas famílias de Belém. A restrição do acesso aos Lugares Santos de Jerusalém e a Belém pode ainda agravar as divisões religiosas na área, que tem uma importância decisiva para cristãos, muçulmanos e judeus.
A Igreja Católica encontra problemas, por outro lado, na obtenção de vistos para padres e religiosos oriundos de países árabes, de onde chega “um terço das nossas vocações”, como referiu o religioso Franciscano.
Apesar das dificuldades, o Pe. Pizzaballa assegura que “a nossa comunidade é muito convicta”. “Somos poucos, somos pequenos, mas estamos aqui e permaneceremos”, indica. Além de um papel social relevante, a presença cristã é importante no plano do diálogo com israelitas e palestinianos.
Nesta conferencia de imprensa, aqui em Roma, o Custódio da Terra Santa adiantou que o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Abu Mazen, estará presente na “Missa do Galo”, em Belém, seguindo uma tradição iniciada por Yasser Arafat.








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