2007-12-15 12:39:57

Recordar que o lucro e o sucesso profissional não é tudo na vida: exortação do Papa aos Bispos japoneses


(15/12/2007) Proclamar corajosamente Cristo é para a Igreja “uma prioridade permanente”, “solene dever confiado por Cristo aos Apóstolos”: recordou Bento XVI, recebendo, neste sábado, os bispos japoneses, na conclusão da respectiva visita “ad limina Apostolorum”. O Papa exortou-os a “procurarem novos caminhos para transmitir de modo vivo a mensagem de Cristo na forma cultural do Japão moderno”. “A fé é um tesouro que precisa de ser partilhado com toda a sociedade japonesa”.

Para Bento XVI, “o mundo tem fome da mensagem de esperança que o Evangelho contém”.
“Mesmo em países altamente desenvolvidos como o vosso, muitos estão descobrindo que o sucesso económico e a tecnologia avançada não são suficientes em si mesmo de satisfazer plenamente o coração humano. Quem não conhece Deus, ‘em última análise permanece sem esperança, sem a grande esperança que sustenta o conjunto da vida. Recordai às pessoas que o lucro e o sucesso profissional não é tudo na vida”.

Sobretudo os jovens – advertiu o Papa – correm o risco de ficar desiludidos perante a moderna cultura secular. “As esperanças maiores ou menores suscitadas à primeira vista acabam por se revelar como uma falsa esperança, dando então lugar, tragicamente, a uma desilusão que por vezes leva à depressão e ao desespero, se não mesmo ao suicídio. Se as suas energias e o entusiasmo de jovens forem orientadas para as coisas de Deus, o Único que pode satisfazer as suas mais profundas aspirações, mais jovens poderão ser inspirados a entregar as suas vidas a Cristo, e alguns deles reconhecerão uma chamada a servi-lo no sacerdócio e na vida religiosa”.

Comentando o facto de mais de metade da população católica, no Japão, ser constituída por imigrantes, Bento XVI referiu a oportunidade que tal circunstância oferece “para enriquecer a vida da Igreja no país e fazer a experiência da verdadeira catolicidade do povo de Deus”.

“O Japão moderno optou abertamente por se empenhar com o mundo todo, e a Igreja Católica, com a sua dimensão universal, pode fornecer um precioso contributo a este processo de ainda maior abertura à comunidade internacional.
Outras nações podem também aprender do Japão, do património de sabedoria da sua antiga cultura, e especialmente do testemunho de paz que tem caracterizado nos últimos sessenta anos a sua posição na cena política.”

O Papa congratulou-se com o facto de os bispos católicos do Japão terem feito ouvir a voz da Igreja sobre a importância deste testemunho, por maioria de razão num mundo onde conflitos armados tanto sofrimento provocam em pessoas inocentes”.
“A mensagem de esperança de que o Evangelho é portador – observou Bento XVI, a concluir – pode verdadeiramente tocar as mentes e os corações, levando a uma maior confiança no futuro, a mais amor e respeito pela vida, promovendo abertura para com os estrangeiros e imigrantes temporários. Quem tem esperança, vive de modo diferente, pois lhe foi dada uma vida nova”.








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