2007-12-14 20:00:06

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ PUBLICA "NOTA DOUTRINAL SOBRE ALGUNS ASPECTOS DA EVANGELIZAÇÃO"


Cidade do Vaticano, 14 dez (RV) - A Congregação para a Doutrina da Fé publicou, na manhã desta sexta-feira, uma "Nota doutrinal sobre alguns aspectos da evangelização".

O documento, aprovado pelo papa, reitera a necessidade do anúncio do Evangelho a todas as pessoas, evitando os riscos do relativismo e da indiferença religiosa.

A "Nota doutrinal" foi apresentada pelo cardeal prefeito dessa congregação vaticana, William Joseph Levada, com o auxílio do secretário do mesmo organismo, Arcebispo Angelo Amato. Também estavam presentes o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Ivan Dias, e o prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Francis Arinze.

"O anúncio e o testemunho do Evangelho são os primeiros serviços que os cristãos podem oferecer a todas as pessoas e a todo o gênero humano, chamados a comunicar a todos o amor de Deus, que é manifestado em plenitude pelo único Redentor do mundo, Jesus Cristo."

A Nota cita essas palavras de Bento XVI, para reafirmar, no pleno respeito à liberdade religiosa, o direito de toda pessoa, de conhecer a verdade que salva e o direito e o dever de cada fiel, de anunciá-la.

O documento fala de "uma crescente confusão que induz muitos" a não seguirem "o comando missionário do Senhor", como se fosse "um atentado à liberdade do próximo" ou "uma atitude de intolerância".

Para certas pessoas, seria suficiente oferecer um testemunho de caráter social ou bastaria "ajudar os homens a serem mais homens ou mais fiéis à própria religião": por outro lado, se reafirma que "a Igreja é necessária para a salvação", verdade que não se contrapõe ao fato que, Deus "quer que todos os homens sejam salvos".

De fato, segundo o texto, "mesmo que os não-cristãos possam salvar-se, mediante a graça que Deus doa através de caminhos que só Ele conhece, a Igreja não pode deixar de lado, o fato de que a eles falta um grandioso bem neste mundo: conhecer a verdadeira face de Deus e amizade com Jesus Cristo" e que "viver na obscuridade, sem a verdade sobre as questões últimas, é um mal e muitas vezes, motivo de sofrimentos e escravidões dramáticas."

Hoje, revela a nota, "a legítima pluralidade de posições cedeu lugar a um indiferenciado pluralismo, fundamentado na afirmação de que todas as posições se equivalem". Além disso, "o respeito pela liberdade religiosa e sua promoção não devem, de forma alguma, nos tornar indiferentes à verdade e ao bem".

Por outro lado, sublinha-se que a liberdade religiosa é "um direito que, infelizmente, em algumas partes do mundo, ainda não é legalmente reconhecido e também não é respeitado de fato".

Na frente ecumênica, a Nota exorta à colaboração com as outras confissões cristãs, no respeito por suas tradições, mas excluindo todas as formas de confusão. Trata-se de promover "um diálogo respeitoso da caridade e da verdade": atitude que não exime "da responsabilidade de anunciar em plenitude, a fé católica aos outros cristãos" sem cair na acusação de proselitismo.

O documento afirma que a Igreja não visa nenhum poder: deseja simplesmente que todos os homens "tenham a plenitude da verdade e os meios de salvação para entrar na liberdade da glória dos filhos de Deus". (JD/AF)







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