BISPOS SUL-AFRICANOS DENUNCIAM DISCRIMINAÇÃO CONTRA IMIGRANTES ZIMBABUANOS
Pretória, 14 dez (RV) - Os bispos sul-africanos denunciam as discriminações
de que sofrem os cidadãos de Zimbábue, imigrados na África do Sul, por causa da grave
crise política e econômica em seu país.
Num comunicado, o presidente da Conferência
Episcopal Sul-africana, Dom Buti Joseph Tlhagale, arcebispo de Johannesburgo, afirma
que os zimbabuanos "chegam à África do Sul em busca de condições de sobrevivência
para si mesmos e suas famílias. Eles são mais do que trabalhadores imigrantes. Esses
homens e, em menor número, mulheres e crianças, são refugiados, por causa da crise
política e econômica em seu país".
Segundo Dom Tlhagale, "nos últimos nove
meses, as condições de vida da população em Zimbábue se deterioraram a ponto que a
sobrevivência se tornou uma luta cotidiana, para a maior parte da população". "Em
Bulawayo, por exemplo, realizaram-se de 50 a 60 funerais nos meses de julho e agosto
de 2006. Em julho de 2007, houve 746 sepultamentos e 867 em agosto" _ acrescenta o
arcebispo.
"Apesar das terríveis condições de Zimbábue, essas pessoas não são
bem recebidas quando chegam à África do Sul" _ afirma o presidente dos bispos sul-africanos.
"Fazemos com que se sintam indesejados em nossas igrejas e em nossas comunidades.
São explorados, recebendo muito menos do que o salário mínimo estipulado pelos sindicatos
e são ameaçados de ser denunciados à polícia, quando se lamentam do nosso comportamento"
_ declara.
"Como devemos nos comportar como cristãos?" _ pergunta-se Dom Tlhagale.
"Nossa resposta, como Igreja e como nação, deve ser a caridade e o zelo. Cada um de
nós pode aprender e ensinar com as pessoas que nos circundam. Devemos olhar para os
refugiados zimbabuanos, em primeiro lugar, como irmãos e irmãs necessitados, ao invés
de uma ameaça" _ conclui. (BF)