BANGLADESH: ARCEBISPO DIZ QUE SEU PAÍS SE SENTE ESQUECIDO PELA COMUNIDADE INTERNACIONAL
Daca, 13 dez (RV) – O arcebispo de Daca, Bangladesh, Dom Paulinus Costa, lamenta
que seu país tenha sido esquecido pela comunidade internacional.
"Ainda na
semana passada, nosso país se lamentou perante a ONU, porque o organismo não faz nada
para nos ajudar a combater as mudanças climáticas" _ disse Dom Paulinus.
"Em
Bangladesh _ acrescenta o arcebispo _ antes tínhamos "quatro estações", agora é somente
calor e frio. Quando deveria chover, temos sol, e vice-versa. Temos medo das conseqüências
das mudanças climáticas, porque o país é feito de rios, e aqui se encontram as correntes
quentes do Golfo de Bengala e os ventos frios do Himalaia. Se ninguém nos ouvir, corremos
o risco de ser, em breve, submergidos."
"Aqui _ disse Dom Paulinus Costa _
todos os anos, ocorre uma inundação ou um ciclone, o governo é corrupto e a população
é muito pobre, com pouquíssimas esperanças de mudança. Nós nos sentimos esquecidos
pela comunidade internacional."
O arcebispo, que trabalha num um país de grande
maioria islâmica, provoca: "Quando acontece algum desastre, é estranho que os auxílios
cheguem principalmente dos países cristãos, e não dos muçulmanos que, ao contrário,
continuam a construir mesquitas."
Por outro lado, o diálogo de base com o Islã
funciona bem em todo o país, como conta o bispo auxiliar de Daca, Dom Theotonius Gomes,
que é presidente da Caritas-Bangladesh: "Logo após o ciclone ocorrido no mês passado,
foi muito bonito ver a aproximação recíproca e o trabalho comum entre cristãos, muçulmanos,
hinduístas e budistas."
Dom Gomes explica que "os muçulmanos apreciam muito
o trabalho da Igreja em Bangladesh, sobretudo na área da caridade e educação. Conheceram
e amam Madre Teresa, que veio tantas vezes, para inaugurar organizações muçulmanas.
Mas oficialmente não podem admitir. E em todo o caso, as conversões ao Cristianismo
não são aceitas." (EP/AF)