2007-12-10 14:16:53

Cimeira União Europeia - África, com direitos humanos na agenda, um marco para o futuro das relações entre os dois continentes.



(10/12/2007) A II cimeira União Europeia (UE)- África terminou, com uma nova parceria estratégica e a certeza de que os líderes africanos e europeus disseram, em Lisboa, o que lhes ia na alma. O presidente em exercício da UE sintetizou a cimeira "deu voz" a questões há muito não debatidas e permitiu que as relações entre os dois continentes possam ir melhorando "passo a passo".

Bruxelas conseguiu assinar acordos comerciais intercalares com África - segundo disse Barroso para colmatar o vazio que se abrirá a 1 de Janeiro ao expirar o Acordo de Cotonu -, apesar do desacordo do Senegal e da Nigéria (ler texto em baixo).

"África também tem de ganhar", assinalou o presidente da Comissão Africana, para quem a pobreza do continente se deve "à relação desigual e à má governação". Nesta matéria, Oumar Konaré lembrou que a UE irá ter um embaixador em Adis Abeba junto da União Africana (UA) que ajudará a monitorizar os casos.

Em matéria de direitos humanos, a UE - com o presidente da Comissão, Durão Barroso, a assumir na conferência de Imprensa final o protagonismo que, na véspera, coube a José Sócrates - levou à cimeira e condenou com veemência pela voz da chanceler alemã, Angela Merkel, o regime de Robert Mugabe que há 27 anos governa o Zimbabué (ler texto na página seguinte).

Sobre o Darfur, Sócrates disse estar esperançado que haja progressos e lembrou que na reunião com o presidente do Sudão foi deixada "uma mensagem de urgência" quanto à colocação no território da força híbrida. Porque "não há tempo a perder".

Nos fluxos migratórios, embora os 27 não tenham firmado um pacto para conter a imigração ilegal, a cimeira permitiu aos Estados-membros mais interessados em travar este fenómeno - como a Espanha - abrir plataformas de conversação.

Quanto às alterações climatéricas e como o Protocolo de Quioto irá vigorar até 2012, a Europa acredita que o acordo firmado com África permitirá "coordenar melhor posições antes e depois de Bali", referiu Barroso.

Foi também o ex - primeiro-ministro que melhor resumiu a ideia do sucesso da cimeira, ao afirmar que há 20 anos nenhum estado africano admitia discutir com a Europa os direitos humanos, pois alegava logo ser uma ingerência nos seus assuntos internos.

2010…foi o ano escolhido para a realização da próxima cimeira EU – Africa. Fica apenas por saber qual será o país, mas a Líbia está na linha da frente uma vez que apresentou em Lisboa a sua candidatura neste sentido..
É um dos dados que saiu desta cimeira que terminou neste domingo na capital portuguesa; uma cimeira sem resultados práticos mas que representa um marco para o futuro das relações entre os dois continentes.
Foram ultrapassados complexos antigos , foram tocados temas sensíveis como os direitos humanos no Zimbabué e no Darfur, no Sudão, e foram dados passos para um melhor conhecimento mútuo.
Faltam agora os acordos comerciais bilaterais, com o Senegal a bater com a porta, mas foi uma excepção… 
A Europa abriu totalmente as portas do seu comércio ao continente africano, mas este continente tem legitimas desconfianças, dados as diferenças de potencial económico entre os dois continentes. 
Uma cimeira que mostrou que Portugal, como no passado, sabe dizer “sim” quando se impõe fazer pontes entre os povos.
De Lisboa o correspondente da Rádio Vaticano Domingos Pinto  RealAudioMP3
 







All the contents on this site are copyrighted ©.