(9/12/2007) No dia em que o mundo tinha os olhos postos em Lisboa para os trabalhos
da II Cimeira Europa-África, integrada na Presidência Portuguesa da União Europeia,
em Roma, a pequena comunidade portuguesa celebrava com solenidade a Padroeira principal
da Nação: a Imaculada Conceição. A convite do reitor da Igreja nacional de S.
António dos Portugueses, P. Agostinho Borges, e do P. José Cordeiro, reitor do Colégio
Pontifício Português, reuniram-se no dia 8 de Dezembro, no Colégio perto de quatro
dezenas de religiosos: entre sacerdotes, missionárias e seminaristas. Estes portugueses
“em missão” em Roma estudam e trabalham nos mais diversos serviços pastorais: uns
nos Serviços da Santa Sé e no Colégio Português, outros nas Casas Generalícias de
Congregações Religiosas e Missionárias e ainda em várias Obras de solidariedade. Metade
são estudantes nas Universidades Pontifícias Romanas que, após anos de trabalho pastoral
nas suas dioceses e congregações em Portugal, aceitaram o convite dos superiores para
se especializarem teologicamente em áreas pertinentes para a vida das comunidades.
Durante o almoço partilhado, Sua Eminência, Cardeal D. José Saraiva Martins elogiou
o Colégio Pontifício Português pela bela tradição de, em dia da Imaculada Conceição,
convocar os portugueses de Roma. Definiu o Colégio como “o coração mariano de Portugal
em Roma” pela vontade de congregar, num dia tão cheio de espiritualidade e história
nacional, a comunidade lusa residente nas suas várias instâncias religiosas e políticas. A
solene Eucaristia, presidida pelo Pe. José Cordeiro, foi celebrada pelas 17h - hora
habitual da missa dominical em língua portuguesa - na Igreja de S. António dos Portugueses.
O magnífico templo edificado no século XVI situa-se na minúscula “rua dos portugueses”,
em pleno centro histórico de Roma. A Igreja surgiu da transformação de uma das três
hospedarias medievais (séc. XIV) que existiam na cidade para acolher os peregrinos
de Portugal. A Eucaristia foi concelebrada por duas dezenas de sacerdotes, na presença
de uma centena de leigos (trabalhadores e estudantes) e dos dois senhores Embaixadores
de Portugal junto da Santa Sé e do Estado Italiano. Foi a diáspora lusa reunida num
único sentimento de gratidão e honra à padroeira da Nação. Na homilia o Pe. José
Cordeiro lançou o apelo os presentes a, neste tempo de advento, deixar entrar Deus
nas suas vidas como o fez tão bem Maria imaculada e a prosseguir na oração pela Nação,
para que Maria proteja o povo e governantes, como acontece desde 1646 por vontade
do rei D. João IV. Recordou ainda a comunhão da celebração portuguesa, neste dia nacional,
com o Santo Padre e com o Santuário de Lourdes, em França. Com o Santo Padre porque
quase há mesma hora, Sua Santidade Papa Bento XVI cumpria, como acontece desde 1857,
a sua anual homenagem floreal à Imaculada, em nome do povo romano, na praça de Espanha.
Comunhão com Lourdes porque se dava início ao Ano Jubilar por ocasião dos 150 anos
das Aparições a Santa Bernadette Soubirous. A comunidade conta ainda com o
apoio do Instituto Português de S. António em Roma (www.ipsar.org) que promove
concertos, conferências, exposições e encontros culturais e literários que têm dignificado
a língua, cultura, música e religiosidade portuguesas. (Padre Rui Pedro, scalabriniano,
em Roma)