Converter-se e abrir o coração para acolher o Filho de Deus que vem: o apelo do Papa,
ao Angelus
(9/12/2007) O Evangelho deste domingo, o apelo à conversão, tema abordado pelo Papa,
no Angelus, ao meio-dia, dirigindo-se a milhares de romanos e peregrinos congregados
na Praça de São Pedro e a quantos o seguiam através da rádio e da televisão.
Recordando
que o evangelista Mateus “nos apresenta a austera figura do Precursor” pregando no
deserto da Judeia Convertei-vos, porque o Reino de Deus está próximo, o Papa
observou que “a sua missão foi a de preparar e aplanar o caminho para o Messias, chamando
o povo de Israel a arrepender-se dos seus pecados e a corrigir todas as iniquidades”.
Anunciando, com palavras exigentes, o juízo iminente, ele “punha sobretudo de sobreaviso
contra a hipocrisia de quem se sentia seguro pelo simples facto de pertencer ao povo
eleito: diante de Deus – dizia – ninguém tem títulos a reclamar, mas deve dar frutos
dignos de conversão”.
Prosseguindo o caminho do Advento, ressoa também
nas nossas comunidades – sublinhou Bento XVI – este apelo à conversão: “um premente
convite a abrir o coração e a acolher o Filho de Deus que vem ao meio de nós para
tornar manifesto o juízo divino”.
“E é hoje, no presente, que se joga o nosso
destino futuro; é com o nosso comportamento concreto que decidimos a nossa sorte eterna.
No entardecer dos nossos dias na terra, no momento da morte, seremos avaliados em
base à nossa semelhança ou não com o Menino que está para nascer na pobre gruta de
Belém, porque é Ele o critério de medida que Deus deu à humanidade. O Pai celeste,
que no nascimento do seu Filho unigénito nos manifestou o seu amor misericordioso,
chama-nos a seguir os seus passos, fazendo das nossas existências, como Ele, um dom
de amor”.
“Através do Evangelho – acrescentou ainda o Papa – João Baptista
continua a falar ao longo dos séculos, a cada uma das gerações. As suas palavras,
claras e duras, apresentam-se bem salutares para nós, homens e mulheres do nosso tempo,
em que também o modo de viver e advertir o Natal sofre infelizmente a influência de
uma mentalidade materialista”
“A voz do grande profeta pede-nos que
preparemos o caminho ao Senhor que vem, nos desertos de hoje, desertos exteriores
e interiores, sedentos da água viva que é Cristo. Que a Virgem Maria nos guie a uma
verdadeira conversão do coração, para podermos realizar as opções necessárias para
sintonizar as nossas mentalidades com o Evangelho”.