2007-12-07 18:52:27

DOM TOMASI NA ONU: "É PRECISO ENFRENTAR O PROBLEMA DA IMIGRAÇÃO DE MANEIRA NOVA"


Genebra, 07 dez (RV) - Concluiu-se no final de novembro, a 94° sessão do Conselho da Organização Internacional das Migrações (OMI), realizado em Genebra, Suíça. A Santa Sé foi representada pelo observador permanente junto às agências das Nações Unidas nessa cidade, Dom Silvano Tomasi.

Em seu pronunciamento, Dom Tomasi pediu uma forma mais completa e colaborativa, para abordar o tema das migrações, diante de estimativas que falam de 200 milhões de pessoas que vivem e trabalham fora de seus países de origem. Essa nova forma de enfrentar a questão _ afirmou _ deve envolver Estados, instituições governamentais, sociedade civil, comunidades de fé e organizações não-governamentais, como também representantes de associações dos migrantes.

No discurso, divulgado nesta quinta-feira, pela Sala de Imprensa da Santa Sé, Dom Tomasi evidencia as duas dimensões "não adequadamente enfrentadas" acerca das migrações: o aumento das vítimas desse fenômeno e a prioridade da pessoa sobre a economia.

Segundo Dom Tomasi, "todo o sistema de proteção e dos direitos humanos está relegado a um papel secundário, quando deveria estar a serviço da dignidade da pessoa humana". São necessárias novas e criativas formas de proteção, prevenção e assistência humanitária" _ afirmou o arcebispo.

Dom Tomasi pediu que fossem levados em consideração aspectos como a decisão de emigrar, de quantos imigrantes admitir, das modalidades de sua participação na vida da sociedade que os acolhe, do papel do migrante nos processos econômicos e do direito à proteção.

O representante vaticano afirmou, todavia, que "a tendência política se mostra claramente inclinada a responder aos pedidos da opinião pública _ ditados pela emoção _ em favor do controle e da integração". Em longo prazo, "uma justa e eficaz solução pode vir somente de uma política que envolva todos os partidos" _ sublinhou.

A Santa Sé pede, portanto, que sejam ratificados e implementados os instrumentos já existentes, sobre os direitos humanos. Nesse âmbito _ concluiu Dom Tomasi _ "a instrução desempenha um papel primordial: os migrantes, conscientes de seus próprios direitos, estarão mais tranqüilos em oferecer seus serviços e talentos à comunidade que os recebe; bem informados estarão mais livres para construir um futuro comum". (BF/AF)







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