Conferências episcopais da Europa e África pedem fim das «novas formas de escravatura»
(7/12/2007) As Conferências Episcopais da Europa e África enviaram aos participantes
na cimeira de Lisboa um documento no qual pedem compromissos efectivos em favor do
desenvolvimento e contra as "novas formas de escravatura do nosso tempo". A mensagem
dirige-se aos cinco presidentes europeus e 35 africanos e 15 primeiros-ministros europeus
e 12 africanos participam em Lisboa na II Cimeira União Europeia/África, ao longo
deste fim-de-semana. A Igreja manifesta-se contra a "contínua exploração dos recursos
de África", com as consequências que tal acarreta para as populações africanas, e
lamentam a "fuga de cérebros" rumo à Europa. Os Bispos católicos destes continentes
indicam como prioridade o combate ao trabalho infantil, ao tráfico de mulheres e crianças,
à discriminação dos migrantes e o "escândalo" da exploração de mulheres e menores
para abusos sexuais. O texto foi assinado em Elmina, no Gana, localidade utilizada
para o tráfico de escravos, pelo presidente do Simpósio das Conferências Episcopais
de África e Madagáscar e pelo vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais
da Europa. Os episcopados pedem a inversão da "actual tendência de exploração",
através da ratificação, implementação e reforço de convenções entre os governos de
África e da Europa. Aos responsáveis políticos, a Igreja recomenda "a prática
de uma boa governação, a honestidade, a responsabilidade e a transparência, a promoção
da democracia, a educação para todos, o respeito pela lei e a luta contra a corrupção".