Para a Santa Sé a intolerância religiosa é tornou-se um problema internacional
(6/12/2007) A Santa Sé considera que a intolerância religiosa se converteu num problema
de primeira ordem no cenário internacional. Foi o que constatou o Arcebispo Dominique
Mamberti, secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados, ao intervir perante
o Conselho ministerial da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE),
que se celebrou em Madrid, de 29 a 30 de Novembro. Explicou que para promover a
dignidade humana de maneira integral, a OSCE tem de combater «de maneira efectiva
e eficaz a discriminação e a intolerância para com os cristãos, judeus, muçulmanos
e os membros de outras religiões». A discriminação religiosa só se pode enfrentar
com eficácia se todas as religiões forem igualmente respeitadas e protegidas». O
prelado constatou que recentemente «o Parlamento Europeu adoptou uma resolução sobre
os graves episódios que põem em perigo a existência das comunidades cristãs e de outras
comunidades religiosas». «Os cristãos, de facto, continuam a ser vítimas de preconceitos,
estereótipos, discriminação e violência – denunciou –. Ignorar esses problemas não
pode ser uma opção». «Não nos podemos esconder detrás do princípio do ‘consenso’
para evitar de actuar de modo efectivo, nem podemos contentar-nos com advertências
genéricas», assinalou. «Mas esse consenso deve ser um estímulo para proteger as
liberdades fundamentais e, acima de tudo, a liberdade religiosa de todos os crentes
e de cada comunidade religiosa». A Organização para a Segurança e a Cooperação
na Europa é formada actualmente por 56 Estados participantes, não só da Europa (incluindo
a Federação Russa e todos os países da União Europeia), mas também da Ásia Central
e da América do Norte (Canadá e Estados Unidos). A presidência é exercida em 2007
pela Espanha, enquanto que esta função será desempenhada pela Finlândia em 2008.