2007-12-06 13:02:44

Igreja de Roma empenhada em conhecer e aprofundar os tesouros de sapiência do Oriente Cristão: Bento XVI a propósito dos 90 anos do Pontifício Instituto Oriental


(6/12/2007) Bento XVI declarou solenemente o empenho da Igreja de Roma em aprofundar e promover os tesouros de sapiência do Oriente Cristão, ao receber, no Vaticano, uma delegação do Pontifício Instituto Oriental, nos 90 anos da respectiva fundação.
No discurso que lhes dirigiu, o Papa recordou que foi precisamente a 15 de Outubro de 1917 que o seu predecessor Bento XV criou este Instituto Oriental, “para o estudo dos aspectos teológicos, litúrgicos, jurídicos e culturais, que compõem o saber do Oriente cristão”. Aliás, sublinhou, nesse mesmo ano aquele pontífice tinha já criado, a 1 de Maio, a Congregação para as Igrejas Orientais, visando com estas iniciativas – e ainda com a do Código de Direito Canónico, dessa mesma altura – “assegurar a paz no interior da Igreja”.

Bento XVI chamou a atenção para o interesse e preocupação sempre manifestados pelos Pontífices Romanos em relação às Igrejas Orientais católicas, assegurando-lhes “um regime apropriado às suas tradições”, “com gestos concretos de apoio”, como por exemplo, o convite dirigido a muitos estudantes orientais para em Roma poderem crescer no conhecimento da Igreja universal”.

“Houve períodos difíceis que puseram à prova estas Comunidades eclesiais que, embora fisicamente distantes de Roma, sempre lhe permaneceram próximas através da sua fidelidade à Sede de Pedro. Contudo, o seu progresso e a sua firmeza nas dificuldades seriam impensáveis sem o constante apoio que puderem encontrar naquele oásis de paz e de estudo que é o Pontifício Instituto Oriental, ponto de encontro de variados estudiosos, professores, escritores e editores, de entre os melhores conhecedores do Oriente cristão”.

Neste contexto, Bento XVI fez uma vibrante evocação da Biblioteca deste Instituto Oriental (“jóia preciosa”, disse), fundada pelo Papa Pio XI, que tinha sido bibliotecário da Ambrosiana, de Milão, e que foi um magnífico mecenas do fundo histórico desta Biblioteca de Estudos Orientais.

“É uma Biblioteca justamente famosa em todo o mundo, como também uma das melhores sobre o Oriente Cristão. É meu empenho fazê-la crescer ulteriormente, como sinal do interesse da Igreja de Roma no conhecimento do Oriente cristão e como meio para eliminar eventuais preconceitos que poderiam prejudicar uma convivência cordial e harmoniosa entre cristãos. Tenho, de facto, a convicção de que o apoio dado ao estudo assume também uma dimensão ecuménica, pois alimentar-se no património da sabedoria do Oriente cristão é enriquecedor para todos”.
Especificando melhor o seu pensamento, acrescentou ainda Bento XVI:

“o Pontifício Instituto Oriental constitui um insigne exemplo do que a sapiência cristã tem para oferecer a quantos desejam adquirir um conhecimento cada vez mais preciso das Igrejas orientais, ou também aprofundar aquela orientação de vida segundo o Espírito que representa um tema sobre o qual o Oriente cristã se orgulha justamente de uma riquíssima tradição”.

A concluir, juntamente com uma palavra de apreço pela preciosa actividade desenvolvida neste Instituto, desde há 85 anos, pela Companhia de Jesus, uma exortação a que se prossiga e incremente aquela que constitui tarefa primordial deste Instituto: estudar e interpretar os preciosos textos da tradição oriental, elaborando “sínteses dogmáticas sobre o Deus Trinitário, sobre Jesus Cristo e a sua Igreja, sobre a Graça e os Sacramentos” e reflectindo “sobre a vida eterna, de que podemos já viver como que uma antecipação nas celebrações litúrgicas.








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