Organizações internacionais não espezinhem o valor da vida, pediu Bento XVI que denunciou
o relativismo moral que domina o sistema das Nações Unidas.
(1/12/2007) Decorre em Roma o primeiro encontro das Organizações Não-Governamentais
(ONGs) de inspiração católica. «Participam 85 ONGs que na sua presença e actividade
no âmbito internacional têm como ponto de referência o ensinamento evangélico e a
doutrina social da Igreja». Trata-se de um importante momento de recíproco conhecimento,
assim como de uma ocasião relevante para promover o diálogo e a colaboração das ONGs
entre si e com a Santa Sé sobre os actuais temas globais e sobre os desafios e oportunidades
que implicam». Neste sábado Bento XVI recebeu em audiência no Vaticano os participantes.,
salientando no discurso que lhes dirigiu que a cooperação internacional não pode impor
estilos de vida que espezinham o valor da vida. O Papa chamou a atenção das Organizações
não Governamentais para o perigo de perder de vista na sua acção de assistência a
referencia aos valores éticos. As discussões internacionais - é a denuncia do Papa
– parecem caracterizadas por uma lógica relativista que desejaria considerar como
única garantia de uma pacifica coexistência entre os povos a recusa a admitir a verdade
sobre o homem e a sua dignidade. Bento XVI recorda ao contrário a necessidade de
uma ética baseada no reconhecimento de uma lei moral natural. Ignorá-la – afirmou
– levou na realidade á imposição de uma noção da lei e da politica que no fim de contas
gera sim um consenso entre os Estados, mas condicionado por interesses de breve alcance,
ou manipulado pela pressão ideológica, a única verdadeira base das normas internacionais.
Segundo Bento XVI os frutos amargos desta lógica relativista, infelizmente são evidentes:
pensemos por exemplo, na tentativa de considerar como direitos humanos as consequências
de certos estilos de vida auto-centrados; a falta de preocupação pelas necessidades
económicas e sociais das nações mais pobres; o desprezo pela lei humanitária e a defesa
selectiva dos direitos humanos. Encorajo-vos – concluiu o Papa dirigindo-se ás
ONG’s católicas – a combater o relativismo de uma maneira criativa, apresentando
a grande verdade sobre a inata dignidade do homem e os direitos derivados desta dignidade,
como um conjunto de princípios éticos que, por sua natureza e pelo papel de fundamento
da vida social, permanecem não negociáveis.