BENTO XVI EXORTA ONGs CATÓLICAS A PROMOVEREM A DIGNIDADE HUMANA
Cidade do Vaticano, 1º dez (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, na manhã
deste sábado, cerca de 130 participantes do Fórum de organizações não-governamentais
de inspiração católica.
O papa exortou as ONGs católicas a combaterem o relativismo,
defendendo e apresentando de maneira criativa a grande verdade sobre a dignidade humana
e sobre os direitos que dela derivam.
Bento XVI proferiu um discurso em defesa
de uma ordem internacional fundada no reconhecimento da lei moral natural e não nas
ideologias e interesses parciais.
Para o Santo Padre, as discussões sobre
os grandes temas de interesse internacional são freqüentemente "marcadas por uma lógica
relativista que considera a rejeição da verdade sobre o homem como a única garantia
de uma coexistência pacífica entre os povos".
Nesse sentido, acrescentou:
"Isso _ advertiu _ levou, de fato, à imposição de uma noção de lei e de política que,
em última instância, "faz com que o consenso entre os Estados seja a única verdadeira
base das normas internacionais". Por outro lado _ sublinhou o papa _ se trata de um
consenso "às vezes condicionado por interesses, a curto prazo", um consenso "manipulado
por pressões ideológicas." Bento XVI sublinhou que a lógica do relativismo
leva a resultados amargos, e frisou: "Os frutos amargos dessa lógica relativista são
evidentes. Pensemos na tentativa de considerar os direitos humanos como meras conseqüências
de certo estilo de vida, centralizado em si mesmo. E ainda: a falta de preocupação
pelas necessidades econômicas e sociais das nações pobres, como também o desprezo
pela lei internacional, e uma defesa seletiva dos direitos humanos."
O pontífice
exortou as ONGs católicas a conhecerem a Doutrina Social da Igreja e a promovê-la
internacionalmente.
"Esse empenho _ ressaltou o papa _ ajudará a elaborar
de maneira adequada, as respostas aos vários temas que são debatidos hoje, além de
desenvolver iniciativas específicas, animadas pelo espírito de solidariedade e liberdade."
"É
necessário um espírito de solidariedade que promova esses princípios éticos, convencidos
de que sua natureza profunda e sua função como base da vida social permanecem não
negociáveis". Graças a esse espírito, se poderá trabalhar em colaboração com as várias
ONGs e com os representantes da Santa Sé _ "com o devido respeito pelas diferenças
de natureza, fins institucionais e metodologias de trabalho" _ sublinhou Bento XVI.
O
papa finalizou, sublinhando os aspectos positivos da cooperação ente os governos:
Uma cooperação _ disse o pontífice _ que depois da "trágica destruição das duas guerras
mundiais, contribuiu de maneira significativa, para a criação de uma ordem internacional
mais justa". (MJ/AF)