Patriarca de Jerusalém saúda compromisso pela paz alcançado em Annapolis
(28/11/2007) O Patriarca Latino de Jerusalém, D. Michel Sabbah, manifestou a sua
satisfação com as conclusões da conferência de Annapolis (EUA), da qual resultou um
compromisso em favor da paz entre israelitas e palestinianos. "Há algo de novo,
o passo é novo, vai para além dos acordos de Oslo (1993, ndr)", referiu o Patriarca
à agência italiana Sir. Segundo este responsável, a experiência de falhanços anteriores
permitirá "não repetir os mesmos erros". D. Sabbah destaca o facto de se ter fixado
um prazo "que não é demasiado longo", um ano em que "todas as questões devem ser resolvidas
para evitar novo fracasso". O Patriarca, natural de Nazaré e uma das figuras mais
respeitadas da Igreja na Terra Santa, considera que os palestinianos estão "prontos
para a paz", mas destaca que há pontos inegociáveis, como a "unidade territorial,
as fronteiras e a definição de Jerusalém Oriental como capital palestiniana". O
Arcebispo de Jerusalém tem mais reservas em relação à "vontade de paz dos israelitas",
esperando que o governo de Olmert "tenha capacidade de dialogar com a oposição, demonstrando
que a paz vale muito e que é melhor viver em segurança". Em Annapolis, israelitas
e palestinianos concordaram em iniciar negociações formais em Dezembro para alcançar
um acordo de paz antes do final de 2008. O acordo foi alcançado entre o primeiro-ministro
israelita, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas. Numa
declaração conjunta, as duas partes comprometem-se a alcançar um acordo que contemple
a criação de um Estado palestiniano e declaram-se determinados a acabar com o derramamento
de sangue, após décadas de violência. "Expressamos a nossa determinação em pôr
fim ao derramamento de sangue, ao sofrimento e às décadas de conflito entre nossos
povos; em conduzir uma nova era de paz, baseada em liberdade, segurança, justiça,
dignidade, respeito e reconhecimento mútuo; em propagar uma cultura de paz e não-violência;
em combater o terrorismo e a incitação à violência, por parte de palestinianos e israelitas",
pode ler-se.