BENTO XVI DEDICA AOS JOVENS, SUA MENSAGEM PARA O DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO
Cidade do Vaticano, 28 nov (RV) - Foi divulgada nesta quarta-feira, a mensagem
do papa Bento XVI para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado-2008, que será celebrado
em 13 de janeiro, com o tema "Os jovens migrantes".
No texto, Bento XVI explica
que o vasto processo de globalização em andamento no mundo traz consigo uma exigência
de mobilidade, que estimula também numerosos jovens a emigrarem e a viverem longe
de suas famílias e de seus países. Como conseqüência, muitas vezes quem abandona o
próprio país é a juventude dotada dos melhores recursos intelectuais, enquanto nos
países que recebem a massa migratória estão em vigor normativas que tornam difícil
sua efetiva inserção. Por isso _ afirma o pontífice _ a Igreja Católica dedica muitos
de seus recursos para ajudar essas pessoas em dificuldades.
Para o Santo Padre,
é muito sentida entre os jovens migrantes, a problemática constituída pela chamada
"dificuldade da dupla pertença": por um lado, eles sentem profundamente a necessidade
de não perder a cultura de origem; por outro, existe o desejo _ compreensível _ de
se inserir organicamente na sociedade que os recebe, sem que isso, contudo, leve a
uma perda das tradições ancestrais.
O papa recorda que, entre os jovens, se
encontram também meninas e moças, mais facilmente vítimas da exploração, de chantagens
morais e até de abusos de todos os gêneros, e menores não acompanhados. "Esses jovens,
com freqüência, acabam nas ruas, deixados a si mesmos e à mercê de exploradores sem
escrúpulos que, muitas vezes, os transformam em objeto de violência física, moral
e sexual" _ recorda Bento XVI.
No âmbito dos migrantes forçados, dos refugiados
e das vítimas do tráfico de seres humanos "vemos, infelizmente, também muitas crianças
e adolescentes" _ diz o papa. A esse propósito, Bento XVI afirma que é impossível
não reagir diante das imagens perturbadoras dos grandes campos de refugiados, existentes
em diversas partes do mundo.
Precisamente nessa perspectiva, o papa pergunta:
"Como responder às expectativas dos jovens migrantes? Certamente é preciso, antes
de tudo, procurar o apoio da família e da escola" _ responde.
O Santo Padre
recorda que a Igreja olha com especial atenção para o mundo dos migrantes e pede a
todos aqueles que receberam, em seus países de origem, uma formação cristã, que façam
frutificar esse patrimônio de fé e os valores evangélicos, de modo a oferecer um testemunho
coerente nos diversos contextos existenciais.
Dirigindo-se aos jovens, o papa
faz um pedido especial: "Queridos jovens migrantes, preparem-se para construir, juntamente
a seus coetâneos, uma sociedade mais justa e fraterna, cumprindo escrupulosa e seriamente,
seus deveres em relação às suas famílias e ao Estado. Respeitem as leis e nunca se
deixem transportar pelo ódio e pela violência. Aliás, procurem ser protagonistas,
desde já, num mundo em que reine a compreensão e a solidariedade, a justiça e a paz."
Em
especial, aos jovens católicos o pontífice pede que aproveitem o período como estudantes,
para crescer no conhecimento e no amor de Cristo. "Jesus quer que vocês sejam seus
amigos verdadeiros e, por isso, é necessário cultivar, constantemente, uma relação
íntima com Ele, na oração e na escuta dócil de sua Palavra" _ afirma. Por fim,
o papa confia a Maria, Mãe de toda a humanidade, e a José, seu casto esposo, ambos
refugiados com Jesus no Egito, cada um dos jovens migrantes, dos voluntários e dos
agentes pastorais que os acompanham, com sua disponibilidade e com o seu apoio afável.
(BF/AF)