2007-11-25 16:43:49

PAPA ENTREGA ANEL AOS NOVOS CARDEAIS, RECOMENDANDO QUE SE EMPENHEM PELA PAZ E PELA UNIDADE


Cidade do Vaticano, 25 nov (RV) - Os cardeais devem se empenhar em favor da paz e da unidade: esse foi o mandato prioritário de Bento XVI aos novos cardeais, na celebração eucarística durante a qual lhes entregou o anel cardinalício.

Entre os 23 novos cardeais, está o cardeal-arcebispo de São Paulo, Odilo Pedro Scherer.

Na solenidade de Cristo Rei, a homilia do Santo Padre teve como eixo central Jesus crucificado: "Em Jesus crucificado _ disse Bento XVI _ se mostra a máxima revelação possível no mundo, já que Deus é amor, e a morte de Jesus na cruz é o maior ato de amor de toda a história. O anel cardinalício representa a crucificação e os convida a lembrar de qual rei os senhores são servidores. Com este anel, vocês estão convocados a dar a vida pela Igreja" _ disse o pontífice aos novos cardeais.

O pontífice disse ainda, que a Igreja é depositária do mistério de Cristo "com toda humildade e sem sombra de orgulho ou arrogância, já que se trata do máximo dom que recebeu, sem mérito algum, e é convocada a oferecê-lo gratuitamente à humanidade de cada época, como horizonte de significado e salvação".

O papa ressaltou a necessidade de os cardeais se empenharem pela paz e pela unidade: "A oração pela paz e unidade deve constituir sua primeira e principal missão, para que a Igreja seja sinal de unidade para toda a humanidade" _ sublinhou.

Na presença de diplomatas, delegações dos países de proveniência dos novos cardeais, parentes e fiéis, o papa Ratzinger citou seus predecessores _ Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II _ definindo-os "autênticos arautos da realeza de Cristo no mundo contemporâneo".

"Para mim _ disse Bento XVI _ é motivo de consolação poder contar sempre com vocês, seja colegial seja individualmente, para levar até o fim este dever fundamental do ministério petrino."

O primeiro a receber o anel cardinalício foi o patriarca de Bagdá, Emmanuel III Delly, líder dos católicos iraquianos, sob uma calorosa salva de palmas.

Sublinahdno que o anel é "um sinal nupcial, expressão de fidelidade e compromisso em custodiar a Igreja, esposa de Cristo", o Santo Padre entregou os anéis a cada um dos novos cardeais que, por sua vez, beijaram o anel do papa.

Em latim, o papa dizia, na entrega: "Recebe o anel das mãos de Pedro, e saiba que com o amor do Príncipe dos Apóstolos, teu amor à Igreja se reforça."

Na próximas semanas, os novos cardeais tomarão posse das igrejas de Roma que lhes foram atribuídas pelo papa: um símbolo da participação desses sacerdotes em zelar pela Cidade Eterna, diocese da qual é bispo Bento XVI.

Além do cardeal-arcebispo de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, os novos cardeais são: os arcebispos espanhóis Agustín García-Gasco Vicente (Valença), Lluis Martínez Sistach (Barcelona) e o jesuíta Pe. Urbano Navarrete.

Os latino-americanos são os argentinos Leonardo Sandri (prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais) e Estanislao Estéban Karlic (arcebispo emérito de Paraná), e o mexicano Francisco Robles Ortega (arcebispo de Monterrey).

Também foram criados cardeais, os norte-americanos John Patrick Foley e Daniel DiNardo, pro-grão-mestre da Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro de Jerusalém e arcebispo de Galveston-Houston, respectivamente.

Os italianos são: Dom Giovanni Lajolo, presidente da Pontifícia Comissão e do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano; Angelo Comastri, arcipreste da Basílica Vaticana, e Raffaele Farina, arquivista e bibliotecário da Santa Romana Igreja. Angelo Bagnasco, arcebispo de Gênova e presidente da Conferência Episcopal Italiana, o núncio apostólico Giovanni Coppa e o ex-reitor da Pontifícia Universidade Lateranense, Pe. Umberto Betti.

Além disso, temos ainda o alemão Dom Paul Joseph Cordes, presidente do Pontifício Conselho "Cor Unum", e o polonês Dom Stanislaw Rylko, Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos.

Entre os novos cardeais, estão também os arcebispos Seán Baptist Brady, de Armagh (Irlanda); André Vingt-Trois, de Paris; Théodore-Adrien Sarr, de Dacar; Oswald Gracias, de Mumbay (ex-Bombaim, Índia) e John Njue, de Nairóbi.

E para concluir, Sua Beatitude Emmanuel III Delly, patriarca de Babilônia dos Caldeus.

Após o consistório de ontem _ o segundo do pontificado de Bento XVI _ o Sacro Colégio Cardinalício fica formado por 201 cardeais, 120 dos quais eleitores, num eventual conclave.

Terminada a missa, o papa deixou a Basílica de São Pedro e foi ao patamar, para rezar com os fiéis presentes, a oração mariana do Angelus. Antes, como o faz habitualmente, dirigiu algumas palavras e saudações aos grupos de peregrinos, em várias línguas.

Em italiano, Bento XVI pediu novamente, uma paz justa e definitiva para a Terra Santa: "Na próxima terça-feira, em Annapolis, nos EUA, israelenses e palestinos, com a ajuda da comunidade internacional, tentarão dar um novo impulso ao processo de negociações, para chegar a uma solução justa e definitiva para o conflito que há 60 anos ensangüenta a Terra Santa e causou tantas lágrimas e sofrimentos aos dois povos. Peço que se unam à jornada de orações convocada hoje, pela Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, para implorar ao espírito de Deus, paz para esta região que nos é tão querida, e que conceda sabedoria e coragem a todos os participantes deste importante encontro."

O papa falou ainda em inglês, francês, alemão, espanhol, polonês, e português, dirigindo uma saudação particular ao nosso novo Cardeal Odilo Pedro Scherer RealAudioMP3

Após a cerimônia, os 23 novos cardeais, juntamente com todos os demais membros do Sacro Colégio Ccardinalício, foram convidados para almoçar com o pontífice, na Sala Paulo VI.

No ínterim, conversamos com o ex-secretário do Pontifício Conselho para a Família, Dom Karl Romer, que nos falou sobre a cerimônia(CM) RealAudioMP3








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