2007-11-23 13:17:48

Os explorados de Moçambique, numa denúncia do Bispo de Xai-Xai


(23/11/2007) Em Moçambique, anualmente, milhares de homens emigram no verão para trabalharem nas grandes plantações na Africa do Sul, mas regressam a casa, após seis ou sete meses de trabalho irregular duro, sem ordenado pago e sem documentos. É a nova forma de escravidão denunciada por D. Lúcio Andrice Bispo de Xai-Xai em Moçambique.
Depois de terem trabalhado durante meses sem contracto, nas fazendas que vendem os produtos agrícolas ás multinacionais, estes homens são levados até á fronteira, viajando de comboio em condições desumanas, sem dinheiro e sem documentos. A gente fala-me deste problema – diz este bispo moçambicano – e alguns departamentos no interior da Igreja, seguem o fenómeno com atenção. Queremos ser a voz dos nossos compatriotas, porém até agora não encontrámos muita sensibilidade nem da parte do governo, nem dos media, nem dos bispos da Africa do Sul, aos quais assinalámos o problema.
Outro fenómeno assinalado pelo Bispo moçambicano de Xai-Xai é o vaguear de cidade para cidade, no interior de Moçambique, dos chefes de família, homens que nos períodos de seca vão á procura de trabalho. Mas a maior parte das vezes voltam para casa sem nada, e exigem das mulheres aquilo que com fadiga puderam produzir, não obstante tenham ficado sozinhas com o trabalho por fazer e a cuidar de cinco ou seis filhos. Na sua opinião, para todos estes problemas, ligados ás migrações, a Igreja deve trabalhar sobre a consciência das pessoas, para que não seja aceite a nova escravidão do trabalho sem ordenado.








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