Em Cape Coast, no Gana, Bispos da Europa e África debateram o tema da escravidão e
das novas escravidões:documento do simposio das conferências episcopais de África
e Madagáscar
(23/11/2007) Os acordos a nível de partner económico entre a União europeia e a União
Africana, o impacto ambiental e social das indústrias de extracção, a questão das
migrações: são os temas contidos no documento elaborado pela Comissão justiça e paz
do Secam ( simpósio das conferencias episcopais de África e Madagáscar) que provavelmente
será distribuído a todos os bispos da Europa e Africa para o proporem aos respectivos
governos. No testo são enfrentadas algumas das questões mais candentes que dependem
de politicas comuns na Europa e Africa. Entre os tantos pedidos dirigidos aos
governos, aquele que pede uma nova maneira com a qual a Europa negocie com a Africa,
sobretudo a propósito dos acordos económicos com os Países ACP ( as ex colónias de
África, Caraíbas e Pacifico). Como estão agora formulados obrigariam a permanecer
na miséria mais de 750 milhões de pessoas para o resto das suas vidas. Oss dirigentes
africanos são aconselhados a não assinar precipitadamente os acordos e a efectuar
campanhas de sensibilização. A propósito da presença de industrias de extracção na
Africa pede-se á Europa que modifique os estilos de consumo das populações e promova
o uso de recursos naturais, mas sobretudo que elabore politicas claras e quadros jurídicos
para controlar de uma maneira eficaz as industrias de extracção. É manifestado também
o desejo que se efectuem estudos independentes para verificar o impacto ambiental,
social e sobre os direitos do homem, que sejam compreensíveis para a população local,
de maneira que também se possa dizer não a estes projectos no caso que fossem violados
os seus direitos Aos governos africanos pede-se que sejam concedidas as licenças somente
depois do prévio consenso das comunidades locais. E que se ponha termo a todos os
actos de intimidação e de prisão para quem luta contra a corrupção, as violações
dos direitos humanos e a destruição do ambiente. Acerca das migrações recomenda-se
entre outras coisas, que seja ratificada a Convenção internacional sobre a protecção
dos trabalhadores migrantes e das suas famílias.