BISPOS CATÓLICOS INGLESES E IRLANDESES SE PRONUNCIAM CONTRA O PROJETO DE LEI SOBRE
A FERTILIDADE HUMANA E EMBRIOLOGIA
Glasgow, 23 nov (RV) – O projeto de lei sobre a Fertilidade Humana e Embriologia,
(HFE - Human Fertilisation and Embryology Bill), que pode legalizar a criação de embriões
híbridos (de óvulos humanos e de animais), tem gerado polêmicas na Grã-Bretanha e
na Irlanda.
O cardeal-arcebispo de Saint Andrews e Edimburgo, Keith Michael
Patrick O'Brien, e o arcebispo de Glasgow, Dom Mario Joseph Conti, que é presidente
da Comissão Única Católica de Bioética da Grã-Bretanha e Irlanda, pronunciaram contra
a proposta, conhecida antes como projeto de lei sobre o "Tecido humano e os embriões".
O
projeto de lei atualiza o atual regulamento de reprodução artificial e de pesquisa
com embriões no Reino Unido. Se aprovada, a lei vai legalizar a criação de embriões
híbridos, fecundando óvulos animais com esperma humano e vice-versa, e permitirá que
os casais de lésbicas sejam definidos como progenitores de crianças in vitro,
sem nenhuma referência a um pai.
Os pastores da Igreja Católica consideram
que o projeto não é justificável, em nome de uma legítima pesquisa científica, e denunciam
que constitui "um precedente perigoso e supérfluo, que não respeita a dignidade da
pessoa humana", recordando que tais práticas são proibidas no Canadá, na Austrália
e em muitos países europeus. Eles destacam ainda, sua preocupação pelo fato de o projeto
de lei enfraquecer o status natural dos pais e subverter os vínculos naturais entre
progenitores e filhos.
"Estamos francamente desconcertados com as propostas
que permitiriam a criação de organismos que superam a barreira da espécie" _ afirmou
Dom Conti.
Além disso, consideram que "a proposta inclui um desenvolvimento
inquietante na pesquisa com embriões, e abate os vínculos naturais da vida familiar
ligados à procriação". Por isso, eles exortam o governo "a rever o papel da Autoridade
sobre Fertilidade Humana e Embriologia, que se revelou completamente inadequada para
enfrentar questões éticas" e propõem a criação de uma comissão consultiva nacional,
para aconselhar de modo apropriado os governos sobre questões de bioética. (JD/AF)