2007-11-22 20:20:24

BENTO XVI À FAO: PROGRESSO TÉCNICO NÃO BASTA, É PRECISO VER A PESSOA NA SUA INTEGRALIDADE


Cidade do Vaticano, 22 nov (RV) - Bento XVI volta a elevar sua voz em defesa dos mais frágeis e, em particular, contra o escândalo da fome. O novo apelo do Santo Padre foi feito durante a audiência desta manhã, aos participantes da 34ª sessão da Conferência Geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

O papa exortou todos os homens de boa vontade a se unirem, para derrotar a fome e construir uma paz justa e duradoura, fundada na dignidade inviolável da pessoa humana.

"É tempo _ para o bem da paz _ de assegurar que todo homem, mulher e criança não devam mais sofrer a fome": foi o premente apelo de Bento XVI que, no discurso aos membros da FAO, ressaltou que o lema dessa organização _ Fiat panis _ "está também no coração do Evangelho, que a Igreja é chamada a proclamar".

"A família humana _ exortou _ deve encontrar os instrumentos e as estratégias para resolver os conflitos causados pelas desigualdades sociais, pelas rivalidades étnicas e pela enorme disparidade nos níveis do progresso econômico."

"A humanidade _ disse ainda _ tem sede de uma paz verdadeira e duradoura", que pode ser edificada somente se tanto os cidadãos quanto os governantes assumirem comportamentos "firmemente radicados" no princípio da justiça. Justiça que tem seu fundamento na "destinação universal dos bem da criação".

O progresso técnico _ ressaltou o pontífice _ "por mais que seja importante, não é tudo". De fato, tal progresso deve inserir-se "no contexto mais amplo do bem integral da pessoa humana".

Bento XVI evidenciou o papel da religião, que pode dar uma contribuição, sobretudo, mediante a formação das mentes e dos corações, "de acordo com uma visão" integral "da pessoa humana".
A Santa Sé _ ressaltou _ sempre esteve comprometida em defender todo esforço útil para "libertar a humanidade da penúria e da desnutrição", consciente de que, para resolver esses problemas, não bastam meios técnicos refinados, mas urge, sobretudo, "um genuíno espírito de cooperação de todos os homens de boa vontade".

Esse compromisso _ prosseguiu _ "requer um reconhecimento da dignidade inerente à pessoa humana, em toda fase de sua existência".

"Todas as formas de discriminação _ advertiu _ em particular, as que mortificam o desenvolvimento agrícola, devem ser combatidas, uma vez que constituem uma violação do direito fundamental de toda pessoa a estar livre da fome."

Esses esforços _ ressaltou _ são ainda mais urgentes hoje, quando vivemos o paradoxo de uma "difusão da pobreza num mundo que registra uma riqueza sem precedentes, tanto econômica quanto científica e tecnológica".

Por vezes _ constatou com pesar o Santo Padre _ os obstáculos que se apresentam podem levar ao desencorajamento: guerras, epidemias, desastres naturais.

Todavia, "essas dificuldades devem servir como motivação para redobrar os esforços, a fim de que todo homem possa ter o pão de cada dia".

Para eliminar a desnutrição e promover um genuíno desenvolvimento _ disse ainda o papa _ é preciso um "esforço humanitário" da comunidade internacional. Essa luta contra a fome _ exortou Bento XVI _ requer "a contribuição de todos os membros da sociedade" _ indivíduos, organizações de voluntariado, governos _ "sempre com o devido respeito àqueles princípios morais que constituem o patrimônio comum de toda pessoa e o fundamento de toda vida social".

Por fim, o papa reconheceu o papel e os resultados alcançados pela FAO na luta contra a fome, fazendo votos de que a organização possa continuar proficuamente o seu trabalho também no futuro. (RL/AF)







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