2007-11-21 17:24:53

Assembleia Plenária do Conselho Pontifício da Justiça e da Paz: necessidade a nível mundial, de uma consciência do dever da solidariedade, da justiça social e da caridade universal.


22/11/2007) Concluiu-se nesta quarta feira a assembleia plenaria do Conselho Pontifico da Justiça e da Paz
Segundo cardeal hondurenho Óscar Rodriguez Maradiaga, que interveio no ultimo dia de trabalho, nos 40 anos da Populorum Progressio até hoje, a Doutrina Social da Igreja elaborou uma concepção do desenvolvimento, em cuja base está a visão da pessoa humana numa perspectiva social e solidária. Ela realiza-se através do trabalho, exercendo a criatividade segundo a sua vocação á imagem e semelhança de Deus.
Em contraste com tal visão está a pobreza de indivíduos e povos, não se respeitando o destino universal dos bens da terra. Daqui a urgência para a Igreja de uma evangelização entendida como acção de libertação integral e de promoção do ser humano que inclui o progresso material sem se confundir com o advento final do Reino de Deus.
Evidenciando a actualidade da Encíclica de Paulo VI, o Professor Henrique Colom da Universidade pontifícia da Santa Cruz, em Roma, sublinhou a imprescindível dimensão moral do desenvolvimento, que implica a necessidade de elaborar modelos baseados na verdade integral do homem, respeitosos da dignidade da pessoa, da criatividade humana e da pertença de cada homem a uma cultura própria. Por conseguinte, a cooperação internacional, indispensável para o desenvolvimento do homem todo e de todos os homens, exige que, acima da estreita lógica do mercado, haja consciência do dever da solidariedade, da justiça social e da caridade universal.
Para o Professor Estêvão Zamagni, da Universidade de Bolonha, não é aceitável a ideia de que não existem alternativas ao subdesenvolvimento, porque a fome e a pobreza podem ser vencidas. Elas existiram sempre mas hoje resultam escandalosas, porque não são necessárias e constituem a falência, não da produção mas das instituições económico-sociais que não funcionam como deveriam.
Do Arcebispo congolês de Kisangani, D. Laurent Monsengwo Pasinya chegou á Assembleia Plenária de Justiça e Paz o grito da África ensanguentada por conflitos dilacerantes e desejosa de paz, um continente que não produz armas e é invadido pelo tráfico incontrolado de toda a espécie de armamentos, que assiste impotente ao drama das crianças – soldado e aspira ardentemente á realização do profético ”forjar as espadas em arados e as lanças em foices”. Por sua vez, o Professor Sílvio Marcus-Helmons, emérito da Universidade Católica de Lovaina, reafirmando que não pode haver procura autentica da justiça nem estável salvaguarda da paz sem um respeito rigoroso dos direitos humanos, formulou votos no sentido de que o Conselho Pontifício seja promotor de um trabalho aprofundado de sensibilização acerca dos direitos humanos através do ensino, que deveria ser realizado antes de mais nas escolas católicas já ao nível da escola primária, e depois amplamente nos níveis superiores do ensino.
Nesta quinta feira á tarde num Hotel de Roma inicia o II congresso mundial das organizações eclesiais que trabalham no campo da justiça e da paz, sobre o tema 40º aniversario da Populorum Progressio: o desenvolvimento do homem todo e de todos os homens” no qual vão participar mais de 300 delegados de mais de 80 países dos cinco continentes.









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