SECRETÁRIO-GERAL DO CCEE COMENTA SEMINÁRIO SOBRE "A ESCRAVIDÃO E AS NOVAS ESCRAVIDÕES"
Cape Coast, 20 nov (RV) – Concluiu-se no último dia 16 o seminário "Eu conheço
as angústias do meu povo (Ex 3, 7). A escravidão e as novas escravidões", organizado
pelo Conselho das Conferências Episcopais Européias (CCEE) e pelo Simpósio das Conferências
Episcopais da África e Madagascar – SECAM, por ocasião dos 200 anos da abolição da
escravatura na África ocidental.
Ao final do evento, o Secretário-geral do
Conselho das Conferências Episcopais Européias, Dom Aldo Giordano, afirmou que "tanto
os europeus, quanto os africanos, têm um trabalho a concluir para a reconciliação
das memórias": "Uma reconciliação que se torna ainda mais importante diante do escândalo
das novas escravidões, que assume a face de milhares de jovens obrigadas a prostituírem-se,
de milhares de crianças-soldado e de pessoas obrigadas a trabalhos forçados ou à exploração
econômica".
O Secretário-geral do CCEE explica que, "no decorrer do evento,
emergiu o sofrimento das vítimas da moderna escravidão. Um sofrimento, porém, que
não deixa a Igreja indiferente". Segundo ele, durante o Seminário foram identificadas
três linhas de ação para combater a nova escravidão.
A primeira delas é a
denúncia na Igreja e na opinião publica do caráter insuportável do escândalo da exploração
de seres humanos. A segunda diz respeito à formação universal, do clero à sociedade
civil, para colocar as pessoas na condição de oferecer respostas ao problema. A terceira
prevê a sensibilização do mundo político para que enfrente a questão.
"Sobre
este último ponto, os Bispos africanos e europeus escreveram um carta aos chefes de
Estado africanos e europeus que será apresentada na próxima reunião de cúpula Europa-África,
a ser realizada em dezembro em Lisboa", acrescentou Dom Giordano.
Na carta,
pede-se que sejam resolvidas as causas profundas que levam milhões de seres humanos
a se entregarem a organizações criminais para tentar a vida na Europa. O texto cita
ainda a injusta divisão dos bens da terra, que "gera fenômenos como o da imigração
clandestina e do tráfico de seres humanos".
Dom Giordano conclui dizendo que
o "Seminário foi mais uma etapa importante na comum colaboração entre as Igrejas africanas
e européias. Uma colaboração que desejamos aprofundar no próximo Seminário entre os
Bispos dos dois continentes, que se realizará na Inglaterra em novembro de 2008. O
Seminário será dedicado à imigração e, em especial, às perspectivas pastorais da imigração".
(JD/BF)