Bispos europeus e africanos querem pressionar União Europeia
(16/2007) Os acordos para a parceria económica entre a União Europeia e a União africana,
o impacto social e ambiental das industrias mineiras, a questão da migração são alguns
dos tópicos que constam do documento delineado pela Comissão Justiça e Paz da SECAM
- Simpósio da Conferência dos Bispos de África e de Madagáscar, que amanhã, dia 17,
será discutido entre mais de 30 bispos africanos e europeus, no workshop sobre “Escravidão
e novas formas de escravidão”, organizado em cooperação com o Conselho Europeu das
Conferenciais Episcopais - CCEE. O documento será distribuído por todos os bispos
europeus e africanos, que o deverão entregar aos seus governos. Os participantes no
workshop vão produzir uma breve mensagem para a Cimeira de Lisboa, marcada para 8
e 9 de Dezembro, onde estarão presentes os chefes de Estado e dos governos da União
Europeia e da União africana. O pedido feito aos governos inclui a modificação das
negociações com África, com uma especial referência aos acordos com as colónias dos
países de África, Caribe, e Pacífico. Os líderes africanos foram aconselhados
a não assinar apressadamente os acordos e a conduzir campanhas de consciencialização.
Quanto à presença de industrias mineiras em África, a Europa foi desafiada a mudar
a o estilo de consumo das populações e a promover o uso de recursos naturais, mas
acima de tudo a desenvolver políticas claras e legais para manter o controlo nas industrias
mineiras. Aos governos africanos é pedido que apenas licenciem após obter o consentimento
das comunidades locais e é-lhes pedido que parem de ameaçar os que lutam contra a
corrupção, pelos direitos humanos e destruição do ambiente. Quanto às migrações,
o documento sugere que, entre outras coisas, a Convenção Internacional para a Protecção
dos Trabalhadores Migrantes e suas Famílias, seja ratificado.