Paris, 15 nov (RV) - Há um ponto de encontro entre a lógica de salvação do
ser humano e a da globalização? A visão que as religiões têm da pessoa humana é conciliável
com a dos dirigentes econômicos?
Para dar resposta a essas questões, o jornal
"Reforme" e o Instituto da Empresa da França organizaram, no último fim de semana,
na sede do Conselho Econômico e Social, em Paris, um colóquio sobre o tema "As religiões
diante da globalização".
Falando durante os colóquios, Dom Jean-Charles Descubes,
bispo de Rouen e presidente do Conselho para as questões familiares e sociais da Conferência
Episcopal da França, disse que "o nosso mundo é um mundo no qual cada um vive separado
do vizinho". "Voltamos a sentir, após este tempo de encontro, a necessidade de reencontrar-nos
e instaurar verdadeiramente um diálogo" _ acrescentou.
Segundo Dom Descubes,
esse colóquio se inscreve num caminho de reconciliação. Em sua opinião, a multiplicação
desses encontros é o sinal "de uma vontade de diálogo entre dois mundos" que se dizia
que se ignoravam: "O dinheiro e a economia de um lado, e Deus do outro".
Explicando
os objetivos do encontro, Jean-Luc Mouton, diretor do jornal "Reforme", um dos organizadores,
reconheceu que "como fiéis de diferentes tradições, temos o privilégio de podermos
nos encontrar, de nos encontrarmos com outras propostas que não sejam simplesmente
"eu estou do lado dos mercadores" ou "eu estou do lado dos explorados"".
"A
economia não pode, sozinha, dar a felicidade ao homem." É importante, que "os empresários
e os responsáveis econômicos tomem certa distância de seu trabalho".
"O dinheiro
deve ser servidor e não mestre" _ disse ainda, Dom Descubes, reconhecendo que se deu
"uma inegável convergência de pontos de vista" entre as religiões. (SP)