Na Argentina foi beatificado o mapuche Zeferino Namuncurá
(12/11/2007) Perante mais de 200 mil pessoas que encheram a localidade de Chimpay,
Rio Negro, na Argentina, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone,
proclamou beato a Zeferino Namuncurá, um índio mapuche e irmão salesiano que morreu
aos 19 anos de idade, enquanto se formava para ser missionário. A festa do novo beato
será a 26 de Agosto, data do seu nascimento. A cerimónia foi concelebrada pelo
Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Bergoglio, e por meia centena de bispos.
Presente esteve também o reitor-mor da ordem dos salesianos, Pascal Chávez Villanueva,
e o vice-presidente argentino, Daniel Scioli. O Secretário de Estado do Vaticano
lembrou que foi a primeira vez que se fez uma beatificação não numa grande cidade,
mas “num povoado pequeno”. Na sua homilia, assinalou que esta beatificação “significa
recordar e apreciar no mais profundo as antigas tradições do povo mapuche, audaz e
invencível”. O Cardeal Bertone destacou que Zeferino nunca esqueceu que era mapuche,
e tinha como ideal supremo, “ser útil ao seu povo”. O povo mapuche fez-se representar
por vários indígenas que vestiam trajes tradicionais. Também Bento XVI, no Angelus
de Domingo, não esqueceu a beatificação do jovem índio e deu graças pelo testemunho
“extraordinário deste jovem estudante de 19 anos que, animado pela sua devoção à Eucaristia
e pelo amor a Cristo, desejava ser salesiano e sacerdote para mostrar o caminho para
os seus irmãos mapuches», afirmou o Papa. Zeferino nasceu em 26 de Agosto de 1886,
na Patagónia, Argentina. Era filho do cacique (chefe) araucano Manuel Namuncurá. Zeferino
foi enviado para uma escola Salesiana em Buenos Aires onde cedo descobriu a sua vocação
religiosa. Irmão salesiano, desejava converter-se num sacerdote missionário para
evangelizar os da sua tribo. Mas uma doença mortal aos 19 anos de idade, impediu a
realização desse desejo. Veio a falecer na ilha Tiberina , em Roma ( onde se encontra
o Hospital dos Irmãos de São João de Deus).. O vida virtuosa deste jovem indígena
difundiu-se pela região, tendo as conversões dos araucanos aumentado grandemente.