ATO DE SOLIDARIEDADE A PE. LANCELLOTTI REÚNE 250 EM SÃO PAULO
São Paulo, 12 nov (RV) - Aproximadamente 250 pessoas homenagearam, neste domingo,
Pe. Júlio Lancellotti, na Paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca, Zona Leste de
São Paulo, onde foi realizado um ato em solidariedade ao sacerdote. Em um culto que
reuniu representantes de várias religiões, inclusive o rabino Henry Sobel, Pe. Lancellotti
se emocionou e reafirmou sua inocência.
O sacerdote manifestou sua preocupação
de que as acusações contra ele se transformem no que definiu como "guerra religiosa".
Desde setembro, o padre está sendo acusado por Anderson Marcos Batista, um ex-interno
da FEBEM (Fundação do Bem-estar do Menor), de ter mantido relações sexuais com ele,
em troca de ajuda financeira. Em depoimento. Pe. Júlio disse à polícia que o ex-interno,
que está preso, extorquiu dinheiro dele. "Não podemos ter uma guerra religiosa.
Nenhuma Igreja deve usar isso para destruir outra. Quem pensa diferente de nós, deve
respeitar. Temos que respeitar os budistas, os muçulmanos, os judeus", disse Pe. Júlio,
sem citar nomes. Ele também reclamou que o trabalho social da Igreja Católica voltado
aos pobres e excluídos é alvo de perseguição. Durante o evento, católicos e budistas
presentes na paróquia cantaram músicas bíblicas como "A verdade o libertará" e "Canção
da América", de autoria de Milton Nascimento. Muitas crianças freqüentadoras das entidades
nas quais o padre atua, presentearam-no com rosas vermelhas e pássaros brancos feitos
de papel. Também esteve na paróquia o rabino Henry Sobel. Ele passou pelo local
rapidamente, alegando ter um casamento marcado para o fim da tarde. Antes de ir embora,
Sobel afirmou que o padre merece direito de defesa. "Ninguém é culpado por antecipação",
disse. Pe. Júlio só falou no altar. Ele disse que estava emocionado e agradeceu
a todos pelo apoio. O sacerdote afirmou se sentir constrangido por causar sofrimento
a pessoas que acompanham sua trajetória. "Eu sinto causar dor a essas pessoas, como
minha mãe, de 84 anos, e a comunidade que me acompanha, nos meus 22 anos de trabalho".
(CM)